sábado, 17 de dezembro de 2011

Entenda a Crise Europeia.

Por que a  Grécia, que detém somente 0,3% do PIB mundial, desencadeia uma onda de pânico que se alastra de um país para o outro?
Ninguém estuda a Grécia, por ser tão pequena. Ninguém previu a falência da Grécia, porque ninguém estava estudando este país.
Mas uma vez quebrada, aí sim todos os economistas do Ocidente começaram a estudá-la. 
E aí todos observaram que ela devia 150% do PIB. 

Com esta constatação, começaram a ver que outros países deviam 150% do PIB ou mais, e aí começaram a descobrir e divulgar os outros países, como na tabela ao lado apontando a Itália e agora o Japão.
A crise vai se alastrar para fora da zona do EURO. Preparem-se!
- "Japão Será o próximo país", afirma Nouriel Roubini. 
Você que é administrador, contador, técnico de contabilidade, engenheiro, diga: qual o erro primário que o Economist, a CIA World Factbook, estão fazendo e que está gerando este pânico? 
Estão dividindo uma dívida que é paga ao longo de 10 a 30 anos, pelo PIB de um único ano.
Repito, porque é tão elementar que vocês não vão acreditar. Estão dividindo uma dívida que é paga ao longo de 10 a 30 anos, pelo PIB de um único ano.
Que são aqueles de sempre
Estão dividindo um número do Balanço Geral por outro do Demonstrativo de Resultados.
Estão comparando Peras com Maçãs!!
Quem disse que Dívidas devem ser pagas em um único ano?  
Se dividirmos a dívida da Grécia por 30 anos, que é um prazo normal para este tipo de dívida, a Grécia deve somente 5% do PIB do período, não 150%.
UMA BELA DIFERENÇA!
Iria quebrar? Não pela dívida.
Vai quebrar porque o juro agora dobrou, mas quem dobrou o juro foi o pânico, não os 5% da Grécia. 
Você ficaria em pânico se um país devesse e pagasse 5% do PIB por ano, por 30 anos? 
Isto se a Grécia não crescer nada, mas se ela dobrar o seu PIB em 30 anos, terminará devendo 2,5% do PIB.
Algo que a imprensa especializada e os jornalistas econômicos escondem propositadamente quando noticiam quem será o próximo.
O objetivo do jornalismo econômico é gerar volatilidade aos "hedge funds" e bancos que pagam os almoços no Fasano. 
No caso do Japão, a próxima bola da vez, a dívida passa de 180% para 6% do PIB.
Se ele não amortizar esta dívida, e "role" como aconselha Delfim Netto, ele pagará anualmente juros reais de 0,5%, que custam somente 1% do PIB por ano, minha gente.
Vai quebrar? Vai.
Porque somente 1.000 de vocês vão ler este blog, e vão achar interessante, mas vai parar por aí. 
Dividindo erradamente, Dívida pelo PIB de um único ano, logo se chega a conclusão que ninguém deve dever mais do que 100%, mesmo que os 100% for um número que nada tenha a ver.
Na Sala São Paulo, Fernando Henrique Cardoso, previu para 1000 pessoas, que como a Grécia devia quase 150% do PIB, dificilmente conseguiria pagá-la, incorrendo no mesmo erro.
Fiquei estarrecido, e comentei ao meu amigo contador que estava ao lado "e ele foi Presidente da República".
Meu amigo ao lado disse" "É muito pior, ele foi Ministro da Fazenda, tinha a obrigação de não cometer um erro destes".
Infelizmente, o Economist comete este erro e publica tabela mundial.
A CIA que é a Central de Informações do governo americano comete este mesmo erro banal. A que nível chegamos de ignorância administrativa e financeira! 
Todos os economistas usam Dívida/PIB como métrica, e não Dívida/Ativo Total ou Dívida/x Anos de PIB*(1+g)n  que seria o correto.
É muito triste ver uma crise mundial sendo gerada por pessoas que não entendem nada de contabilidade e administração financeira.
Uma das vantagens de termos administradores financeiros administrando países, é que nos preocupamos em usar as métricas certas, para sabermos exatamente onde estamos pisando.
CPIs são muito importantes para nós administradores, mas não para criarmos problemas, onde problemas não existem.
Obrigado pela sua atenção.  




sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Impostos chegam a 40% do valor do carro

Tributo no Brasil é quase o dobro da média de países emergentes como Argentina e China.
Sem taxas, valor de um carro de entrada custaria cerca de R$ 16 mil.
Priscila Dal Poggetto Do G1, em São Paulo
Gol zero quilômetro custaria R$ 10 mil a menos sem impostos sobre a venda (Foto: Divulgação)
Já pensou em pagar por um Volkswagen Gol zero quilômetro o valor de cerca de R$ 16 mil em vez dos R$ 26.530 cobrados nas concessionárias? Não se trata de promoção de montadora, mas sim o que o carro custaria se chegasse às lojas sem os impostos que se somam ao longo da cadeia de produção do veículo.

Essa diferença de 38% nos carros de até mil cilindradas, mas que chega a 40% para as outras motorizações, representa a carga tributária nominal, que inclui as cobranças sobre venda de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), PIS (Programa de Integração Social ) e Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social).
 

“Essa carga é altíssima. Você não encontra nenhum lugar do mundo onde se aplique carga tão alta. Os países emergentes aplicam metade disso”, afirma o presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), Gilberto Luiz do Amaral.

Segundo Amaral, na Argentina a carga tributária acumulada é de cerca de 24%. “Isso porque agora aumentou um pouco, mas já foi de 20%”, observa. Nos EUA, a cobrança de impostos também chega a 24% do preço final, na Europa é 30% e na Índia e China, cerca de 20%.

Brasil não tem o carro mais caro do mundo, mas sim os impostos mais altos (Foto: Editoria de Arte/G1)

E quem paga por tanta cobrança é o consumidor, que arca também com os impostos que se somam ao longo da produção, como os tributos sobre insumos, folha de pagamento, lucro etc. “Se for levar em conta a carga tributária real, o valor é ainda mais alto. Se o veículo custa 100 e a carga tributária 40, o custo do veículo é 60. A carga sobre o custo é de 67%”, explica Amaral.

Segundo o conselheiro do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças) para assuntos tributários e econômicos, George Rugitsky, o impacto desse imposto ao longo da cadeia só vai pesar no último elo, a venda. “Como as montadoras creditam daquilo que eles pagam no nosso preço (autopeças) o que importa é o que se paga na saída, sobre o veículo”, comenta.

  Redução de impostos causaria nova euforia no mercado
De acordo com o conselheiro do Sindipeças, o setor sempre tentou tratar com o governo uma redução dos impostos que incidem sobre o veículo. “Isso vai fazer com que o fenômeno do financiamento se amplie. O mercado nacional entraria em um outro patamar”, observa.

A preocupação do setor vai além do mercado interno. Rugitsky explica que o mercado interno forte faz com que as montadoras invistam na atualização dos veículos e aumente a escala de produção, assim, torna o país competitivo no mercado externo. “Nenhuma montadora investe em países distantes de centros de consumo para exportar”, ressalta.


Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Carros/0,,MUL398494-9658,00-IMPOSTOS+CHEGAM+A+DO+VALOR+DO+CARRO.html

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Contabilidade, a alma do negócio

Não manter a contabilidade de uma empresa organizada pode fazer com que ela, seus sócios e administradores sejam punidos por lei. Os motivos que levam a isso podem ser muitos: falta de tempo para apurar e controlar tributos, problemas com contratação e demissão de funcionários, negócios não previstos no contrato social, não seriedade em relação às documentações exigidas em cada atividade, falta de pagamento de impostos e muitos outros fatores.
 
E, para que problemas como estes sejam amenizados e até mesmo evitados, recomenda-se que as empresas terceirizem serviços contábeis. Considerada como a “alma do negócio”, a contabilidade é cada dia mais importante no dia-a-dia das empresas. “Levando em conta que as empresas que prestam serviços contábeis tendem a estar mais atualizadas e familiarizadas com as mudanças da legislação e obrigações que são implementadas pelos órgãos reguladores, os serviços por elas prestados tende a proporcionar maior segurança às empresas”, afirma o contador Gilmar Rissardi, da Bilanz Gestão Contábil.
 
De acordo com estudos realizados pelo Sebrae – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – o serviço contábil é o mais procurado entre os empreendedores brasileiros. Para o contador Gilmar Rissardi, que está à frente da empresa curitibana Bilanz Gestão Contábil, a eficiência da Receita Federal implica em que as empresas procurem contratar profissionais especializados para cuidar de sua contabilidade.
 
“Com a correria do dia-a-dia é difícil que os empresários dediquem tempo suficiente para acompanhar de perto toda a estruturação contábil de uma empresa. Para isso, existem os serviços dos contadores, que participam e organizam, sempre com o acompanhamento dos empresários, de todas as etapas da empresa, desde a sua constituição, planejamento tributário, implantação de softwares corporativos, controles internos e muitos outros serviços necessários para uma boa operacionalização da empresa”, comenta Gilmar Rissardi.
 
No Brasil já houveram casos de empresas que não se preocuparam efetivamente com a organização de sua contabilidade e, por motivos diversos, acabaram com problemas junto aos órgãos reguladores. A advogada Inaiá Queiroz Botelho, da JB Advocacia Empresarial, alerta para algumas dificuldades que podem acontecer caso as empresas tenham problemas com os dados contábeis. “Os riscos da atividade empresarial são potencializados pela falta de organização contábil. É comum ver empresários sérios e responsáveis que acabam sendo autuados e multados pelo Fisco, e algumas vezes até indiciados por crimes fiscais, em decorrência de erros e orientações incorretas passadas por profissionais contábeis irresponsáveis e desatualizados.” Por isso, ressalta a advogada: “todo cuidado é pouco antes de contratar um profissional contador”, devendo o empresário cercar-se de bons profissionais a fim de evitar futuros aborrecimentos, “mesmo que isso custe um pouco mais caro” finaliza.
 
Desde que feita de forma responsável e correta, a contabilidade reflete a realidade de uma empresa e desobriga os empresários e contadores de responderem com bens pessoais em processos diversos. Os serviços de contabilidade devem ser vistos pelas empresas como ferramenta de gestão para conquistar bons resultados e ser bem sucedido no negócio.

Esta matéria é uma contribuição do Profº. Flávio Dantas, docente dos cursos de Ciências Contábeis da FAINOR e UESB, e também, orientador/componente do Grupo de Pesquisas e Estudos Contábeis - Graciliano Ramos

 

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Receita deve acabar com 8 declarações

Secretário da RF diz que não se justifica 'exigir do contribuinte que apresente dados sobre algo que nós já temos'. PIS/Cofins será simplificado; só IR de empresa pode consumir 240 horas para preparar e revisar documentos
O governo decidiu acabar com a principal declaração entregue hoje pelas empresas ao fisco, a do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica.
Para atender a ordem de racionalizar o sistema tributário brasileiro, dada pela presidente Dilma Rousseff em seu discurso de posse, a Receita Federal também vai extinguir mais sete documentos e adotar medidas para simplificar o PIS/Cofins.
Em entrevista à Folha, o secretário da Receita, Carlos Barreto, disse que várias declarações não são mais necessárias porque o órgão já dispõe das mesmas informações por meio de sistemas eletrônicos, notas fiscais eletrônicas e do Sped (Sistema Público de Escrituração Digital).
"Não justifica mais a gente exigir do contribuinte uma declaração sobre algo que já temos", afirmou. A mudança pode ser feita apenas com uma instrução normativa.
Segundo Barreto, nas próximas semanas, a Receita dará início à faxina com o fim da DIF-Bebidas, que traz informações sobre a produção de cervejas e refrigerantes.
Hoje, o órgão já tem um sistema que mede a produção eletronicamente, no momento em que o líquido é engarrafado, o que torna a entrega do documento inócua.
Após a DIF, outras sete declarações serão eliminadas gradualmente. A previsão é que o fim da declaração do IR das empresas ocorra em 2013 ou 2014.
Para as empresas, reunir essa documentação é custoso. O IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário) calcula que elas gastem 1,5% do faturamento anual com as chamadas "obrigações acessórias" demandadas hoje pela Receita.
A DIPJ é a mais complexa. Inclui, além do dados do IR, informações sobre o balanço das empresas, pagamentos de dividendos e de apuração do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).
Elaborá-la uma vez por ano leva em média 200 horas de trabalho mais 40 horas para a revisão. Não entregá-la, porém, pode custar até 20% do imposto devido em multas.
"O custo é muito elevado, pois cada vez mais as declarações exigem uma maior quantidade de informações. As empresas necessitam de diversos profissionais", afirma o advogado Luciano Costa, sócio da Pactum Consultoria Empresarial.
EXTINÇÃO
De acordo com Barreto, não há no radar do governo uma reforma dos tributos federais: serão feitas ações pontuais, como a extinção da declaração ou a publicação de notas públicas esclarecendo dúvidas de contribuintes.
O governo também não pretende, segundo o secretário, elevar o rol de companhias que poderão declarar Imposto de Renda pelo chamado lucro presumido, que é uma forma simplificada para companhias maiores.
Fonte: Folha de São Paulo via Sitecontabil

Esta matéria é uma contribuição do discente Werley Novais, componente do Grupo de Pesquisas e Estudos Contábeis - Graciliano Ramos