quinta-feira, 21 de junho de 2012

Há alguns dias que o clickcontábeis da ênfase, em suas publicações, à importância da informação gerencial contábil. Reconhecendo a importância desta, no contexto da eficiência empresarial alimentada por informações fiéis e precisas, corroboramos nossa intenção em viabilizar a difusão de informações concernentes a esse tema.
Para as empresas que não dispões de eficientes sistemas de controle de custos, estoques, etc uma grande arma aliada a eficácia gerencial está atrelada ao controle efetivo de uma grande arma gerencial dentro da empresa, que é o controle do Fluxo de Caixa. E mais uma vez, sob a influência das ricas e referenciais aulas de análises de balanços do prof. Flávio Dantas, trago aos leitores e seguidores do clickcontábeis essa matéria superinteressante e relevante para o tema.

[Flávio Dantas]: “Mesmo não havendo um sistema de custos eficiente ou minimamente confiável, o administrador, pode, através do controle dos fluxos de caixa, com pulso firme, ter um norte eficaz na obtenção de informações relevantes para o gerenciamento da empresa”. 


6 Dicas para um Fluxo de Caixa Eficaz
 Saiba como fazer do fluxo de caixa um elemento de gestão e planejamento do seu dia a dia. 

Aquelas empresas que decidem adotar o fluxo de caixa no seu dia a dia, geralmente o tem mais como um instrumento de acompanhamento dos pagamentos e recebimentos no curto prazo do que como um instrumento de gestão.

Um fluxo de caixa eficiente, além de considerar as saídas de caixa, seja para as despesas do dia a dia, seja para realização dos investimentos, aquisição de ativos, estoques, contratação de pessoas, entradas de caixa etc., deve estar alinhado com o Orçamento e o Plano de Negócios da empresa, e contemplar uma visão de médio e longo prazo.

Aqui vão algumas dicas para a elaboração de um fluxo de caixa eficaz:

Inventário.Faça um levantamento de todas suas despesas e receitas, atuais e futuras, planos de investimento e expansão, preferencialmente alinhado com seu Plano de Negócios, e os organize por natureza: operacional, não operacional e investimentos.

Horizonte.O ideal é que o Fluxo de caixa contemple um horizonte correspondente ao ciclo operacional da Empresa. Geralmente este ciclo compreende o período de um ano, mas atividades de ciclo mais longo exigirão um horizonte maior. Empresas que trabalham com encomenda ou por safra, por exemplo, devem considerar o tempo médio da encomenda ou safra como seu ciclo operacional.

Detalhamento.Geralmente, para o primeiro ciclo operacional, é feito um nível de abertura das despesas, receitas e investimentos bem detalhado. A partir daí, e até o horizonte definido pelo Orçamento e Plano de Negócios, geralmente de 3 a 5 anos, estes itens são agrupados.

Atualização.Assim como todos os outros instrumentos de gestão, Orçamento e Plano de Negócios, o fluxo de caixa deve ser atualizado periodicamente. O horizonte de um ciclo operacional deve ser atualizado mensalmente, enquanto que para os demais períodos, a atualização deve ser efetuada concomitantemente à revisão do Orçamento e Plano de Negócios.

Conservadorismo.Evite otimismo nas previsões das entradas e receitas. Um bom fluxo de caixa deve considerar o fato de que alguns clientes não pagarão na data do vencimento ou mesmo que alguns não efetuarão o pagamento, exigindo a necessidade da aplicação de um percentual de perdas sobre as entradas.

Acompanhamento.Antecipe-se a eventos operacionais que impactam o seu fluxo de caixa, atraso na inauguração de uma nova linha de produção, perda de um cliente, para que você possa atuar de forma pró ativa no seu fluxo de pagamentos. Desta forma, você poderá negociar com alguns fornecedores a postergação de vencimentos, ou mesmo a contratação de um empréstimo com taxas de juros mais atrativas do que ficar com a conta negativa no banco.
E lembre-se, tenha no fluxo de caixa um elemento de gestão e planejamento do seu dia a dia. 

Paulo Sérgio Dortas é sócio de Strategic Growth Markets (SGM) da Ernst & Young Terco.

Fonte: EndeavorBrasil.

Matéria postada por Werley Novais, membro do Grupo de Pesquisas e Estudos Contábeis Graciliano Ramos GPEC-GR.

terça-feira, 12 de junho de 2012


Lembro-me que ainda ontem, em sala de aula, foi exposto e discutido o conceito de benchmarking entre meus colegas e o Ilmo. Srº Professor Flávio Dantas, quando da apresentação dos trabalhos temáticos referentes à atuação e relevância do Contador Gerencial na Empresa, na disciplina Análises de Balanços. A eles e aos caríssimos leitores e seguidores deste blog trago este artigo bem elucidativo e contemporâneo acerca da importância do contra ponto da concorrência, à suas empresas, para avaliar a característica mercadológica a qual esta inserida, bem como aprender com o seu concorrente como tomar ou não tomar determinadas atitudes. Manter-se vigilante é primordial para não ser pego de surpresa e ser retirado do mercado como uma simples peça de um xadrez.

A Importância da Concorrência
Como o empreendedor pode aprender com os erros e acertos dos demais players do mercado?

Quando analiso uma empresa para investir ou um plano de negócios, uma das coisas que mais me incomoda é empreendedor que diz não ter concorrentes. Isso não significa que acredito ser impossível não haver concorrência em determinadas atividades, mas que essa possibilidade é extremamente remota.
Essa resposta me preocupa, pois pode indicar que o empreendedor, ou seus colaboradores, não estão atentos ao mercado e às suas lições e ameaças.

Concorrentes não são apenas aqueles que estão oferecendo concorrência em determinado momento, mas também aqueles que têm o potencial de fazê-lo ou até que já o fizeram no passado (mesmo que indiretamente) e que poderão, via reposicionamento estratégico, voltar a oferecer risco para seu negócio.
Da mesma forma, temos que ficar atentos àqueles players de mercado que não são concorrentes diretos, mas que podem ver a sua atividade como estratégica ou complementar ao seu negócio e passar de a exercer a mesma de forma extensiva com velocidade muito maior que a sua.

Por exemplo, supermercados que resolvem investir em lojas menores, oferecendo lanches rápidos, competindo diretamente com as tradicionais padarias de bairro ou empresas de soluções de comércio eletrônico que, da noite para o dia, podem ver seus negócios ameaçados por grandes varejistas.
Sendo assim, mesmo que um empreendedor não identifique um concorrente direto em um primeiro momento, recomendo que continue buscando tais ameaças, principalmente as não tão óbvias.

Observar a concorrência é importante também como forma de aprendizado. Tal observação agrega muito valor não apenas na identificação dos acertos, e sim principalmente dos erros.

Buscar os casos de fracassos ou de recuperação vale muito mais do que qualquer treinamento ou especialização em qualquer universidade de primeira linha.

Ler jornais especializados, seguir notícias de veículos no Twitter, entre outros, é uma excelente fonte de notícias. Ao se deparar com casos interessantes, crie uma disciplina para você e seus eventuais colaboradores debaterem esses casos de erros ou fracassos e como vocês enfrentariam situações semelhantes em seu negocio.

Não se trata de ser negativo ou profeta do apocalipse e muito menos de não ter uma visão positiva e otimista em relação ao seu negócio, mas sim de ter planos previamente estruturados para qualquer “acidente de percurso”. Lembre-se de que, embora ninguém deseje que um edifício pegue fogo, periodicamente é importante efetuar exercícios de simulação de evacuação e procedimentos para esses casos, pois em eventuais acidentes as pessoas estarão muito mais preparadas para enfrentá-los.

Muitos empreendedores que conheço temem em cogitar potenciais problemas, pois o seu DNA é de pensar positivamente – alguns julgam que isso pode “atrair” coisas ruins. Não caia nessa, seja positivo mas nunca deixe de ver, pelo menos, o que os outros fizeram de errado e lembre-se da diferença entre os tolos, os inteligentes e os sábios: os primeiros erram e nunca aprendem, os inteligentes, quando erram, aprendem com seus próprios erros, já os sábios, aprendem com os erros dos outros.

Carlos Alberto Miranda é sócio-fundador da BR Opportunities, gestora de Private Equity com foco em empresas de rápido e alto crescimento.

Fonte: EndeavorBrasil.

Matéria postada por Werley Novais, membro do Grupo de Pesquisas e Estudos Contábeis Graciliano Ramos GPEC-GR. 

segunda-feira, 11 de junho de 2012


Sinal de Falência.

Um leitor questiona: quais os elementos que devemos observar que possa indicar uma possível falência de uma empresa?

Existem alguns sinais, mas não uma receita de bolo, infelizmente. Se existisse uma receita, como um índice, por exemplo, as empresas em situação pré-falimentar tentariam encobrir a situação. Mas alguns sinais parecem comuns às empresas em situação próxima a falência. Vamos listar alguns deles, sem esgotar a listagem:
a)     Elevado nível de endividamento – empresas com maior nível de endividamento, em especial os de curto prazo e onerosos, são mais susceptíveis de entrarem em falência;
b)     Dificuldade de gerar caixa com as atividades operacionais – uma empresa só sobrevive no longo prazo se consegue gerar caixa com as atividades operacionais. Acompanhar os últimos fluxos é fundamental;
c)     Dificuldade de gerar lucro operacional e líquido – a empresa só é saudável se estiver gerando resultado contábil. Esta informação é complementar a anterior;
d)     Manutenção ou expansão da parcela do mercado – empresas que perdem mercado provavelmente terão dificuldades futuras de conseguir ganho de escala, o que influencia na sua estrutura de custos e na rentabilidade futura;
e)     Parecer de auditoria sem ressalvas – garante, de certa forma, que as informações contábeis são confiáveis. Parecer com ressalvas deve suscitar uma investigação aprofundada sobre o item que conduziu o questionamento do auditor. Em geral os auditores são brandos com as empresas; uma ressalva ocorre numa situação limite para este profissional;
f)       Desconfie de empresas que usam medidas alternativas – na falta de bons resultados, as empresas costumam criar mensurações que deveriam ser mais representativas. Entretanto, na maioria dos casos, medidas alternativas são para desviar a atenção do lucro e do caixa. Fuja do Ebitda e alternativas, por exemplo;
g)     Testes estatísticos de falência – existem alguns trabalhos científicos que criaram fórmulas para medir a probabilidade de falência de uma empresa. Estes testes possuem um grau de confiabilidade, que pode variar conforme a qualidade do trabalho desenvolvido, mas são uteis como sinalizador de situações problemas. Mas esteja atento aos testes antigos ou com baixo rigor estatítisco;
h)     Atente para o que diz o mercado – empresas envolvidas em escândalos ou sob a qual existe burburinho sobre sua saúde financeira devem ser consideradas com muito cuidado.
POSTADO POR CÉSAR TIBÚRCIO no blog contabilidade financeira.
Matéria postada neste blog por werley novais, membro do grupo de pesquisas e estudos contábeis - graciliano ramos-gpec-gr.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Contabilidade Gerencial

A contabilidade é uma ferramenta indispensável para a gestão de negócios. De longa data, contadores, administradores e responsáveis pela gestão de empresas se convenceram que amplitude das informações contábeis vai além do simples cálculo de impostos e atendimento de legislações comerciais, previdenciárias e legais.

Contabilidade Gerencial, em síntese, é a utilização dos registros e controles contábeis com o objetivo de gerir uma entidade. A gestão de entidades é um processo complexo e amplo, que necessita de uma adequada estrutura de informações - e a contabilidade é a principal delas.

Além do mais, o custo de manter uma contabilidade completa (livros diário, razão, inventário, conciliações, etc.) não é justificável para atender somente o fisco. Informações relevantes podem estar sendo desperdiçadas, quando a contabilidade é encarada como mera burocracia para atendimento governamental. 
Objetivamente, o custo médio de uma contabilidade de empresa de pequeno porte (faturamento até R$ 120.000/mês) é acima de R$ 600,00. Numa empresa de médio porte (faturamento até R$ 1.000.000/mês) este custo vai a R$ 3.000,00 ou mais. Tais empresas precisam aproveitar as informações geradas, pois obviamente este será um fator de competitividade com seus concorrentes: a tomada de decisões com base em fatos reais e dentro de uma técnica comprovadamente eficaz – o uso da contabilidade.

A contabilidade gerencial não “inventa” dados, mas lastreia-se na escrituração regular dos documentos, contas e outros fatos que influenciam o patrimônio empresarial.
Dentre as utilizações da contabilidade, para fins gerenciais, destacam-se, entre outros:

1. Projeção do Fluxo de Caixa
2. Análise de Indicadores
3. Cálculo do Ponto de Equilíbrio
4. Determinação de Custos Padrões
5. Planejamento Tributário
6. Elaboração do Orçamento e Controle Orçamentário

CONDIÇÕES

O primeiro passo para uma contabilidade verdadeiramente gerencial, é que esta seja atualizada, conciliada e mantida com respeito às boas técnicas contábeis.
Desta forma, pressupõe-se, entre outros, que uma contabilidade para uso gerencial deva ter: 

1.     Contas bancárias devidamente “fechadas” com os respectivos extratos, sendo as diferenças demonstradas e que tais diferenças não afetem o resultado pelo regime de competência. Admite-se, tão somente, as típicas “pendências” bancárias, como cheques não compensados e pequenos valores de débitos e créditos a ajustar. Valores expressivos, como débitos de juros e encargos sobre financiamentos, devem estar contabilizados.
2.     Provisões de Férias e 13º Salário feitas mensalmente, com base em relatórios detalhados do departamento de recursos humanos. A falta de provisão mensal distorce as demonstrações contábeis, pois o regime de competência não é atendido.
3.       Depreciações, amortizações e exaustões, contabilizadas com base em controles do patrimônio.
4.       Registro dos tributos gerados concomitantemente ao fato gerador, efetuando-se também a Provisão do IRPJ e CSLL, conforme regime a que está sujeito a empresa (lucro real, presumido ou arbitrado).
5.     Nas empresas que se dedicam às atividades imobiliárias, optar por contabilizar custos orçados das obras. Outras atividades também exigirão técnicas contábeis específicas, como as cooperativas e as instituições financeiras.
6.       Receitas, custos e despesas, reconhecidas pelo regime de competência, como detalhado adiante. 

O REGIME DE COMPETÊNCIA CONTÁBIL 

O reconhecimento das receitas e gastos é um dos aspectos básicos da contabilidade que devem ser conhecidos para poder avaliar adequadamente as informações financeiras.

Sob o método de competência, os efeitos financeiros das transações e eventos são reconhecidos nos períodos nos quais ocorrem, independentemente de terem sido recebidos ou pagos.

Para todos os efeitos, as Normas Brasileiras de Contabilidade elegem o regime de competência como único parâmetro válido, portanto, de utilização compulsória no meio empresarial.

Autor: Júlio César Zanluca.

Fonte: Portal de Contabilidade.

Matéria postada por Werley Novais, membro do Grupo de Pesquisas e Estudos Contábeis Graciliano Ramos (GPEC-GR).

terça-feira, 5 de junho de 2012


Cinco propostas para enfrentar uma ruptura na zona do euro.
Em meio ao agravamento da crise na zona do euro, um centro de estudos de políticas públicas britânico lançou um desafio tentador a economistas: premiará com 250 mil libras (R$ 784 mil) quem conceber o melhor plano de contingenciamento para uma potencial ruptura no bloco dos países de moeda única.

O prêmio, chamado Wolfson Economics Prize, será entregue no dia 5 de julho deste ano por um comitê de jurados durante cerimônia na sede do instituto Policy Exchange, em Londres.
A pergunta à qual os estudiosos tiveram de buscar uma resposta é: "Se um membro da zona do euro deixar a união monetária e econômica, qual seria a melhor forma de gerenciar tal processo para assegurar as bases do crescimento e da prosperidade do bloco no futuro?"
Segundo Lord Wolfson, cuja família mantém a entidade beneficiente que divulgou o prêmio, há uma necessidade cada vez maior para se encontrar uma solução frente à qualquer dissolução na zona do euro.
A premiação, que acontece todo ano, é a de maior valor depois do prêmio Nobel, da Suécia.
Veja, abaixo, as propostas inscritas pelos cinco finalistas:

1) A Grécia - ou outro país - poderia deixar a zona do euro
A Grécia é um dos países que, para Mark Pragnell, um dos finalistas, corre mais risco de deixar o euro.
O cenário mais realista para uma ruptura na zona do euro é o de que a Grécia, ou outro país periférico mais fraco, deixe o bloco e introduza uma nova moeda, que perderia valor vertiginosamente. Isso levaria à moratória de grande parte da dívida desses governos.
Os preparativos para uma saída devem ser feitos em segredo e de imediato. Antes da partida, entretanto, alguma forma de controle de capital será essencial, incluindo o fechamento temporário de bancos e ATMs.
Sem tempo hábil para imprimir novas cédulas, as notas e as moedas de euro continuariam a ser usadas para transações de baixo valor.
Haveria, inicialmente, uma paridade da nova divisa com o euro, antes de uma depreciação em torno de 30% a 50%, o que impulsionaria a competitividade internacional da Grécia.
O governo teria de "redenominar" a dívida em nova moeda nacional e esclarecer sua intenção de renegociar os termos da dívida.
Seria preciso também anunciar medidas robustas para manter a inflação sob controle. Com tais iniciativas, os mercados poderiam voltar a emprestar ao país a médio prazo.
Esta também seria uma oportunidade para o país que está de partida se desvencilhar de uma camisa de forças de dívida.
Mark Pragnell, economista da Capital Economics

2) Dor aguda, mas de curta duração
Segundo Jonathan Tepper, abandono do euro seria semelhante ao fim do padrão-ouro na Inglaterra.
Muitos economistas esperam consequências catastróficas se algum país deixar o euro.
Durante o último século, no entanto, 69 países mudaram de moedas com pouca volatilidade econômica.
A mecânica de rompimentos de moedas é complicada, mas factível. Exemplos históricos fornecem indícios de possíveis soluções.
O grande problema oculto na Europa é que os países periféricos têm níveis de dívida externa maiores do que tinham na maioria das crises anteriores de mercados emergentes. Eles também enfrentam grandes diferenças de salários e preços em relação a seus vizinhos mais ricos.
A Europa tem hoje as características de uma crise clássica de equilíbrio de pagamentos em mercados emergentes. Desse modo, o problema não é a mecânica da saída (do euro), mas como realizar um ajuste severo e necessário.
O ajuste pode acontecer rapidamente, deixando-se o euro e desvalorizando (a nova moeda), ou lentamente, por meio de uma queda de salários e preços reais. Deixar o euro e desvalorizar a moeda seria muito doloroso, mas a dor seria aguda e curta.
A saída iria acelerar as falências, mas daria uma poderosa ferramenta de políticas para restaurar a competitividade por meio de taxas de câmbio flexíveis. Moratórias controladas e reprogramação das dívidas combinadas com desvalorizações são inevitáveis e até mesmo desejáveis.
A periferia europeia poderia crescer de novo, e rapidamente, com níveis de dívida menores e taxas de câmbio mais competitivas. Isso ocorreu com países que deixaram o padrão-ouro nos anos 1930 (Grã-Bretanha e Japão em 1931, Estados Unidos em 1934, França em 1936). Também ocorreu com mercados emergentes após recentes moratórias e desvalorizações (Ásia em 1997, Rússia em 1998, Argentina em 2002 e Islândia em 2008).
Jonathan Tepper, economista da Variant Perception

3) Todos retornam às suas moedas nacionais
Para Neil Record, Alemanha deveria tomar à frente do processo de dissolução do euro.
A Alemanha encarregaria a uma comissão supersecreta a preparação de um plano para ser adotado apenas se um país estivesse prestes a sair da zona do euro.
Como parte desse plano, líderes dos 17 países que integram a zona do euro seriam chamados para uma reunião de emergência.
Nela, a chanceler alemã proporia aos líderes que todos, coletivamente e imediatamente, abandonassem o euro, voltando a adotar suas moedas nacionais com as mesmas cotações que registravam no momento em que os países adotaram a moeda única.
O Banco Central Europeu (ECB, na sigla em inglês) seria abolido e suas funções seriam devolvidas aos bancos centrais nacionais. Todas as contas bancárias, ativos, passivos e obrigações de cada país-membro seriam imediatamente "redenominadas" em moedas nacionais.
Ativos, passivos e contratos derivativos que não fossem identificáveis como domiciliados em um Estado específico seriam "redenominados" em uma moeda única europeia – uma cesta das novas moedas detidas pelos acionistas do BC europeu.
Todos os Estados-membros concordariam em estender liquidez ilimitada para os bancos domiciliados em seus Estados e a maioria acabaria precisando de recapitalização.
Notas de euro e moedas seriam "redenominadas" na moeda do Banco Central nacional que as emitiu (notas de euro contêm prefixos com letras e números de série que identificam o emissor).
Notas nacionais seriam impressas assim que possível. Mercados reabririam após feriados bancários compulsórios e o novo dracma cairia, digamos, 60% abaixo da sua taxa oficial de conversão para o euro. O novo marco alemão subiria, digamos, 20% acima da sua taxa oficial de conversão.
Isso permitiria que os Estados do sul voltassem a trabalhar e limitaria o crônico superávit de comércio da Alemanha com a zona do euro. Essa opção seria caótica, mas colocaria um fim à crise, estabelecendo as fundações para uma nova Europa.
A chanceler alemã explicaria que, caso o pedido alemão não fosse aceito por todos os países membros, a Alemanha colocaria em prática um plano em separado para abandonar o euro sozinha.
Neil Record, economista da Record Currency Management

4 – Como converter moedas
Jens Nordvig propõe a criação de uma cesta de moedas para substituir o euro.
Uma eventual fragmentação da zona do euro implica também na necessidade de converter contratos regidos pelo euro para as novas moedas. Isso é relevante para títulos, empréstimos, depósitos e outros instrumentos dos mercados financeiros.
Esse processo não é fácil execução, devido a restrições legais. Os diferentes instrumentos financeiros são administrados por leis diferentes e muitos instrumentos denominados pelo euro são regulamentados por leis de outros países, especialmente leis inglesas.
Os governos dos países da zona do euro não podem mudar leis de outros países e também não podem converter facilmente bens regidos por tais legislações.
Uma vez que existem dezenas de trilhões de contratos em euro regidos por leis de outros países, o problemas que temos pela frente, com uma eventual dissolução do bloco, é muito grande.
Nosso plano destaca a importância de facilitar um processo de conversão sem grandes sobressaltos em todos os possíveis cenários de separação na zona do euro.
Nele, incluímos a necessidade de uma cesta de moedas ECU – 2 (European Currency Unit) para acomodar as exigências relativas ao euro no caso extremo em que o euro deixaria de existir.
A ECU-2 seria uma ponte entre o euro (que não existiria no caso de fragmentação total da zona do euro) e as novas moedas nacionais.
O conceito de ECU – 2 iria, portanto, ajudar a evitar conversões arbitrárias de moedas e batalhas legais prolongadas a respeito das conversões. Na falta de um processo eficiente de conversão, um fim da zona do euro teria efeitos devastadores e poderia causar uma paralisação completa do sistema financeiro global.
Jens Nordvig, economista da Nomura Securities

5) Separar a zona do euro em duas, para evitar a fuga de moedas
Cathy Dobbs fez uma analogia com a clara e a gema do ovo para explicar sua proposta.
Minha abordagem foi criada para permitir uma transição tranquila da zona do euro para duas ou mais regiões e evitar o fluxo de capital especulativo, que pode obrigar um país a sair da zona do euro.
Estas novas regiões teriam seu próprio Banco Central, política monetária e moeda. Todos os euros seriam tratados de forma igual e trocados a uma cotação definida por uma cesta de novas moedas a um índice fixo e determinado - o documento descreve como este índice seria determinado. Cada um escolhera para qual moeda converteria os valores em euro.
O valor determinado para contratos e dívidas já existentes regidos pelo euro poderia ser determinado pela taxa de câmbio e o valor relativo das novas moedas.
Depois da separação, a competitividade poderia ser retomada pelo país ou países que saírem (da zona do euro) gerenciando uma desvalorização gradual, usando taxas de juros nominais mais altas e inflação. Taxas de juros mais altas evitam um colapso repentino da moeda e a fuga de capitais. Além disso, qualquer negociação ou calote de dívida pode ser gerenciado separadamente.
Os poupadores dos países que saírem não serão penalizados. Os especuladores não serão recompensados e o processo também dá o tempo necessário para a migração para os regimes das novas moedas.
Pelo fato de reduzir o risco do fluxo de capitais especulativos, esta abordagem também pode dar mais base para os países da zona do euro que ainda permanecerem juntos.
Esta abordagem pode ser chamada de Newney, ou, New Euro-White (NEW), referindo-se à clara (white) de um ovo, e New Euro-Yolk (NEY), referindo-se à gema (yolk) de um ovo. Como quando a clara é separada da gema.
Cathy Dobbs, investidor privado

Fonte: BBC - Brasil.
Matéria postada por Werley Novais, membro do Grupo de Pesquisas e Estudos Contábeis - Graciliano Ramos (GPEC-GR).

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Gestão de qualidade é arma para as pequenas

A qualidade tem um custo. Mas sua ausência pode ter um custo ainda maior para qualquer tipo de negócio, principalmente para as empresas de pequeno porte. Preço e qualidade são premissas básicas para os clientes.

Para nós, prestadores de serviço, o processo de trabalho precisa ser o melhor possível do começo ao fim, com todos os envolvidos, assim como sempre entregar um pouco a mais do que foi acordado com o cliente, na prestação de serviço e no atendimento. Isso é o que conquista, satisfaz e fideliza o cliente e este é um dos grandes desafios dos empreendedores.
Quando se lida com inovação e criação de produtos diferenciados e personalizados, fora de uma linha de produção pré-determinada, a qualidade torna-se ainda mais vulnerável se não houver um olhar crítico e atento a cada etapa do processo.
Não se trata apenas da excelência do produto, mas também de outras etapas da demanda, como, por exemplo, uma alteração solicitada pelo cliente em cima da hora, que pode causar transtornos caso não exista alguém que entenda, "defenda" e negocie os interesses das duas pontas: cliente e fornecedor. E, neste caso, uma das principais negociações é o prazo. Prevenir é sempre mais econômico e mais viável que corrigir.
É comum acreditar que qualidade sempre está ligada somente às grandes marcas e às grandes empresas. Isto, no entanto, é hoje uma realidade ultrapassada. Felizmente!
Não importa o porte da empresa. O investimento em gestão de qualidade traz oportunidades valiosas de aprendizagem, crescimento e desenvolvimento para todas as partes envolvidas nos negócios.
O gestor de qualidade é como um maestro orquestrando funcionários, clientes e fornecedores, trazendo harmonia para o processo de prestação de serviço por meio da observação minuciosa do fluxo de trabalho e dos resultados obtidos.
Este profissional deve estar um passo à frente da equipe e sempre atento ao que acontece à sua volta, pensando em novos caminhos, apontando soluções e utilizando recursos estratégicos e visionários. Isso propicia uma melhoria contínua do serviço oferecido e do comportamento da empresa, tendo como focos o crescimento e a diferenciação desta no mercado.
Sua função vai além das funções de um ouvidor: com base nas críticas e sugestões dos clientes, cabe a ele sugerir alternativas e ações de melhorias internas que influenciem positivamente a qualidade final do produto, o respeito aos prazos de entrega e o engajamento e realização da equipe.
Os ganhos não são apenas do ponto de vista empresarial. Os funcionários tornam-se mais comprometidos e satisfeitos sob o comando de um gestor que possa conduzí-los com liderança, atenção e estímulo. Os fornecedores e os clientes também ficam mais confiantes e engajados, por terem uma voz que os representa em suas mais variadas necessidades.
Qualidade não é apenas ter um ótimo produto final. Inclui também um bom atendimento ao cliente e, do ponto de vista do serviço em si, um espaço para os funcionários e fornecedores manifestarem suas opiniões.
A excelência na prestação de serviço, seja numa agência de pequeno ou médio porte, seja numa grande empresa, gera um vínculo forte e praticamente indissolúvel. Nas pequenas empresas, ela ainda cria um valor adicional, ou seja, um relacionamento baseado na confiança, patrimônio imensurável para qualquer negócio.
 Fernanda Lancelotti - Sócia da Dreams Arquitetura de Ideias.
Fonte: Brasil Econômico.
Postada por Werley Novais, membro do Grupo de Pesquisas e Estudos Contábeis Graciliano Ramos (GPEC-GR).