quinta-feira, 27 de setembro de 2012

 Uso de Novas Tecnologias da Comunicação e Informação: A Internet como Alternativa de Disseminação do Conhecimento Contábil.


Carlos Adriano Santos Gomes
Graduando em Ciências Contábeis da Universidade Estadual de Feira de Santana

José Renato Sena Oliveira
Graduando em Ciências Contábeis da Universidade Estadual de Feira de Santana

Tânia Cristina Azevedo – Professora Orientadora
Mestranda em Contabilidade pela FVC
Professora da UEFS e FABAC


Resumo

Internet é uma rede mundial de computadores, que consiste em um veículo de comunicação muito importante.
Com uma ferramenta tão importante, a Classe Contábil tem à sua disposição muitos recursos que podem ser utilizados para desenvolver suas atividades, divulgar suas pesquisas, atualizar-se profissionalmente, além de poder incrementar os serviços oferecidos, criando novas maneiras de transmitir ao cliente todo o potencial que a Contabilidade é capaz de prover.
Para melhor compreensão, este estudo traz algumas considerações sobre as possibilidades trazidas pelas novas tecnologias da comunicação e informação para a classe contábil, com abordagem diretamente ligada ao uso da Internet.



Criar meu Web site
Fazer minha home-page
Com quantos gigabytes
Se faz uma jangada
Um barco que veleje
Que veleje nesse infomar
Que aproveite a vazante da infomaré
Que leve um oriki do meu velho orixá
Ao porto de um disquete de um micro em Taipé
Um barco que veleje nesse infomar
Que aproveite a vazante da infomaré
Que leve meu e-mail até Calcutá
Depois de um hot-link
Num site de Helsinque
Para abastecer
Eu quero entrar na rede
Promover um debate
Juntar via Internet
Um grupo de tietes de Connecticut...

Gilberto Gil

INTRODUÇÃO

Internet é uma rede mundial de computadores, compreendida hoje como uma teia de informações que atinge grande parte da população mundial, com um papel preponderante de meio propagador do conhecimento em todas as áreas. São milhões de páginas desenvolvidas utilizando o hipertexto, disponíveis em vários idiomas, informando e transmitindo conhecimento, acessada dos mais distantes pontos do mundo.
Sendo esta teia um importante veículo de comunicação, sua principal ferramenta informativa é o site, cuja página inicial é conhecida como home page, que se traduz em um conjunto de páginas editadas em softwares (programas de computador) próprios, com layouts interativos e de fácil navegação, que permite disponibilizar de forma on-line uma infinidade de informações. A estas páginas são dados endereços específicos, o que possibilita o acesso do seu conteúdo a partir de qualquer computador conectado a esta grande rede.
O conhecimento contábil, tratado como a linguagem universal dos negócios, não poderá ficar à margem do processo de divulgação e informação proporcionado por este recurso tão poderoso. Já existem alguns sites brasileiros que tratam especificamente de Contabilidade, mas ainda de forma muito tímida, embora haja alguns de maior porte, conhecidos nos meios eletrônicos como “portais”.
Pretende-se no presente trabalho, explanar sobre este recurso tecnológico e seu uso como meio de divulgação da informação contábil no Brasil, abordando sua utilização nos meios acadêmico e profissional. Pretende-se ainda trazer à tona discussões acerca da utilização da tecnologia da informação pela classe contábil, direcionando especificamente para a utilização da Internet como meio propagador do conhecimento produzido.

A INFORMÁTICA

CONCEITO

Segundo XIMENES (2000, p. 425), a informática é a “ciência que estuda o tratamento das informações em todas as suas fases (coleta, armazenamento, classificação, etc.), valendo-se de máquinas processadoras de dados”. Utilizando-se das máquinas processadoras (os computadores), a informática tem sido um dos ramos do conhecimento que mais se desenvolvem na atualidade, contribuindo de forma relevante para o desenvolvimento de outras ciências.

O COMPUTADOR

O computador é um dispositivo físico e eletrônico, capaz de armazenar e processar dados, com alto desempenho. Em uma descrição mais técnica, segundo LAUDON (1999), é um dispositivo que recebe dados como entrada, transforma estes dados pela execução de um programa armazenado e envia informações para diversos dispositivos. É composto basicamente de hardwares e softwares. Sua principal estrutura é a CPU (Central Processing Unit), ou Unidade Central de Processamento, que é responsável pela transformação dos dados e gerenciamento de dispositivos de sistema do equipamento, possuindo ainda, dispositivos de entrada e saída de dados e de comunicação.

HARDWARE E SOFTWARE

Em uma rápida definição, Hardware é o conjunto de partes físicas que integram um computador. Sua composição é formada pela unidade de processamento de memória (CPU), pelas memórias RAM e ROM e pelos periféricos de entrada e saída.
Software é o conjunto de instruções detalhadas que controlam a operação de hardware. São também conhecidos como programas. Os softwares são criados através de um conjunto de códigos denominado linguagem e são capazes de fazer com que a máquina compreenda a intenção do programador ou do usuário, através de comandos determinados. Ao longo do tempo, muitas foram as linguagens desenvolvidas para escrever softwares, sendo atualmente as mais usuais a C, desenvolvida sob o patrocínio da AT & T (empresa de telecomunicações americana) ainda nos anos 70, cuja linguagem foi utilizada para grande parte dos programas comerciais atuais e para sistemas operacionais de servidores do tipo UNIX e a Java, criada pela empresa americana Microsoft, muito utilizada para a criação de efeitos e recursos em páginas de Internet. Tratando de Internet, não se pode deixar de mencionar ainda a linguagem HTML (Hypertext Markup Language), que compreende o conjunto de códigos utilizados para escrever as páginas no formato para a Web.

O SERVIDOR

Para a Internet, o servidor tem um papel muito importante, por ser um computador de grande capacidade, capaz de permitir o acesso a Internet a outros computadores menores, além de hospedar as páginas disponíveis para consulta e outros tipos de arquivos. O servidor tem ainda um papel importante nas conexões de rede, por comandar os grandes bancos de dados disponíveis para consulta.

O PROVEDOR

No acesso a Internet, um tipo de empresa do ramo de serviços tem um papel significativo. Trata-se do Provedor, que é uma organização que tem como função principal permitir a conexão à Internet aos clientes, geralmente através do acesso discado (linha telefônica) ou ainda através de redes locais (situação comum em empresas).

INTERNET

ORIGEM

Internet teve sua gênese no auge da guerra fria, precisamente em 1969, com a finalidade de atender a demandas do Departamento de Defesa dos Estados Unidos (DOD), que criou uma Agência de Projetos de Pesquisa Avançadas (ARPA – Advanced Research Project Agency) com o objetivo de projetar uma rede de comunicação que fosse capaz de enviar suas mensagens, mesmo que sofresse algum tipo de ataque nuclear.
A história desta rede criada é descrita por CORNACHIONE (2001, p. 275) que diz:
“Com tecnologia iniciada na década de 60, a base da Internet que utilizamos hoje vem da ARPANet (Advanced Research Project Agency Network) criada com objetivos militares, em que se pretendeu gerar uma infra-estrutura de rede de computadores que não fosse interrompida: os servidores estavam espalhados geograficamente, o que garantiria a continuidade do fluxo de informações no caso de destruição (por exemplo: bombas) de um nó de rede.”
Este conceito de nó de rede abordado por CORNACHIONE refere-se a cada um dos servidores que permitem conexão (ligação) entre dois servidores ou entre seus usuários e outros servidores, visando possibilitar a comunicação entre ambos e prover aos usuários conhecer as informações disponíveis no outro servidor. A destruição de um nó de rede não implicaria na restrição de acesso ao conteúdo disponível por outros usuários.
Segundo HAHN; STOUT (1995, p. 105), “com o sucesso do projeto, a ARPANet foi dividida em 1983, em dois diferentes sistemas: um voltado para atividades militares (MILNET) e outro ligado ao desenvolvimento de atividades de pesquisa civil, que manteve o próprio nome ARPANet”. A expansão daARPANet foi maior a partir de 1986, quando esta foi interligada a uma outra rede, da NSF (National Science Foundation), que interligava os Departamentos de Computação das universidades americanas, cuja nova conexão beneficiou cientistas e pesquisadores universitários. Assim, a rede para fins educacionais e científicos começara a crescer fenomenalmente, seus usuários conversavam diariamente, compartilhavam trabalhos e colaboravam entre si, apesar das distâncias, como relata LAUDON (1999). Em 1990, a ARPANet foi extinta, deixando a NSFNet como backbone (computador principal que interliga servidores, ou seja, a espinha dorsal da rede).
De lá até os dias atuais, estes sistemas sofreram processos de expansão, divisão e substituição, sendo que seus descendentes formam a espinha dorsal do que entende-se atualmente por Internet.
Embora tenha sido observado um crescimento considerável da Internet entre o surgimento da ARPANet e a disponibilização em larga escala ao público com o advento da World Wide Web em 1993, a restrição de uso durou mais de vinte anos, estando a rede em todo este tempo praticamente à disposição apenas dos centros de pesquisa e universidades. A respeito desta lacuna cronológica que separa seu surgimento até a disponibilização desta ferramenta em larga escala, ESTADÃO (2001a) observa que este quadro começou a se modificar somente a partir da década de 80, quando os microcomputadores passaram a custar menos e se tornaram mais fáceis de usar, período em que a rede começou também a ser utilizada para fins comerciais, apontando portanto, o fator preço como algo preponderante.

A INTERNET NO BRASIL

O processo de interligação do Brasil à Internet foi iniciado em 1988, após contatos realizados pelo Professor Oscar Sala, conselheiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP, órgão ligado à Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia daquele estado, a fim de conseguir uma conexão para o Brasil que permitisse contato com as redes, o que foi concretizado em abril de 1989. A partir daí deu-se início à expansão da rede, com a disponibilização da conexão em 1991 para órgãos de pesquisa, universidades, entidades governamentais e organizações sem fins lucrativos. Em 1992, o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas – IBASE, com sede no Rio de Janeiro, firmou um convênio com a Associação para o Progresso das Comunicações – APC, para dar espaço as Organizações Não-Governamentais – ONGs brasileiras na rede mundial (ESTADÃO, 2001a).
Segundo o ESTADÃO, dois fatos principais, no entanto, demarcaram este desenvolvimento inicial: a criação da Rede Nacional de Pesquisa – RNP em 1992, com pontos de acesso localizados nas capitais, e do Comitê Gestor da Internet no Brasil – CG em junho de 1995, com a finalidade de disciplinar o acesso, ambos criados pelo Ministério da Ciência e Tecnologia – MCT, tendo este último a participação do Ministério das Comunicações. Estas ações governamentais, segundo a nota conjunta divulgada pelos Ministérios quando da criação do CG, se deve ao fato de que “o Governo considera de importância estratégica para o País tornar a Internet disponível a toda a Sociedade, com vistas à inserção do Brasil na Era da Informação.” (BRASIL, 2001).
A partir da criação do CG, cresce a cada ano o número de usuários desta grande malha de comunicação. Dados divulgados pelo MCT (BRASIL, 2000) revelaram que em 1999, haviam no mundo 275 milhões de usuários da Internet, dos quais quase 7 milhões só no Brasil. Já a recente pesquisa divulgada no dia 12 de junho de 2001 pelo portal de notícias ESTADÃO (2001b.), realizada pelo IBOPE – Instituto Brasileiro de Opinião Pública, denominada Ibope eRatings.com e feita por meio do serviço Nielsen/NetRatings, apontou que já existem no país nada menos que 11,1 milhões de usuários, o que representa um crescimento de quase 60% (sessenta por cento) em relação a 1999.

O ATUAL MODELO DA INTERNET

Internet como se conhece hoje, foi originada da criação da World Wide Web ou Teia Mundial de Computadores, ou simplesmente WWW, uma teia global que foi desenvolvida em 1993 pelo físico Tim Berners-Lee, pesquisador do laboratório suíço CERN (Conseil Europeen pour la Recherche Nucleaire), cuja tradução significa Laboratório Europeu de Estudo de Partículas Físicas – sigla já extinta –, do qual foi integrante entre 1984 e 1993. Seu surgimento foi com o objetivo de os físicos do CERN compartilharem seus trabalhos e interagirem com a comunidade. Só depois de algum tempo estes recursos passaram a ser utilizados com o objetivo de organizar todas as informações da Internet, em formato de um conjunto de documentos em hipertexto. O WWW é ainda comumente chamado apenas de Web.
Um fato que contribuiu sobremaneira para este desenvolvimento foi a criação do primeiro software para navegação na Internet, em 1993, como aponta ESTADÃO (2001a), descrevendo que:
“Criado o Mosaic, o primeiro visualizador gráfico da Internet. O tráfego aumenta 341.634 por cento em um ano. Surgem expressões como infovia e Netizen (misto de citizen - cidadão - e Internet, algo como cidadão da Internet). Lançada a revista Wired, de designsofisticado e vanguardista.”.
software foi desenvolvido por um grupo de estudantes no National Center for Supercomputing Applications – NCSA, Centro Nacional para Aplicações em Supercomputadores, sediado em Chicago e pertencente à Universidade de Urbana-Champaign (Illinois), nos Estados Unidos, sendo a pesquisa coordenada por Marc Andreessen, na época com apenas 21 anos. Este produto deu à rede uma aparência amigável e levou à popularização em um curto espaço de tempo.

A DISSEMINAÇÃO DO CONHECIMENTO CONTÁBIL

No período primitivo, praticamente não havia troca de informações contábeis, a não ser no momento de negociação de uma determinada mercadoria (isso quando o homem passou a trocar seus bens – escambo). Esse mesmo homem desenvolveu no transcorrer dos tempos, tecnologias que buscavam auxiliar as suas atividades. Poder-se-ia dizer que a própria contabilidade foi uma destas, criada para controlar o seu patrimônio primitivo e esta forma de controle ganhou proporções tão grande, que forçou o desenvolvimento de outras tecnologias para auxiliá-la, e torná-la mais eficaz.
Na Grécia Antiga, a figura do mercador se misturava com a do mensageiro, tanto que na mitologia grega, Hermes, deus do comércio, era também chamado de mensageiro de Zeus. A figura dos mercadores, estava intimamente ligada a dos mensageiros, pois em geral, apenas eles se embrenhavam pelas longas e árduas viagens, vide os meios rudimentares de transporte da antigüidade. No bojo das informações transportadas, estavam também as de natureza contábil, visto que estes mercadores tinham, em função da sua atividade econômica, forte ligação com o controle patrimonial, fruto da contabilidade.
Com o advento da escrita e o desenvolvimento do sistema de numeração, a disseminação da informação de uma forma geral ganhou maior velocidade, e por conseguinte, a contabilidade também se beneficiou deste processo.
Quando o sistema de numeração hindu-arábico substituiu o romano, por volta do século XIII, houve um grande avanço no desenvolvimento da contabilidade, sobretudo porque nesse momento já se desenvolvia o método das partidas dobradas, que mais tarde foi sistematizado pelo frei italiano Luca Pacioli (IUDICIBUS, 2000).
Sobre o tratado do frei Pacioli, o Dr. Paulo Schmidt, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em conferência proferida no IV Encontro Regional dos Estudantes de Ciências Contábeis do Nordeste, ocorrido na cidade de Natal em abril de 2001, ponderou que o principal mérito de Pacioli foi justamente a publicação de sua obra, em uma época onde o acesso aos meio de divulgação dos estudos em grande escala era extremamente restrito, e não propriamente a sistematização do método.
O crescimento da imprensa possibilitou a divulgação de diversos estudos da área contábil, auxiliando na divulgação do conhecimento, criando inclusive diversas correntes de pensamento.
No século XX, os meios eletrônicos e a informática deram maior velocidade à comunicação entre as pessoas, possibilitando a transmissão de dados e a troca de informações com maior precisão e rapidez. Neste contexto, os dias atuais permitem que a Internet assuma um papel de destaque na disseminação do conhecimento, inclusive o contábil.
Reportando-se mais uma vez à Grécia Antiga e fazendo uma analogia à sua mitologia, poder-se-ia dizer que os computadores e mais especificamente aInternet, desempenha atualmente o mesmo papel que Hermes desempenhava na crença dos gregos antigos, transmitindo as informações numa velocidade incrivelmente rápida, mas também aproveitando para vender produtos e serviços, realizar negócios e fazer a economia se movimentar.

INTERNET E A CONTABILIDADE

A INTERNET NA ATUALIDADE

A transformação da Internet para o formato em que se conhece hoje, é algo relativamente novo, datado do início da década de 90. Esta transformação coincide com o mesmo período em que atingiu a marca de um milhão de usuários, tendo alcançado um grande desenvolvimento como rede cibernética de informações.
Segundo HAHN & STOUT (1995, p. 106),
“Internet é o nome de um grupo de recursos de informação global. Estes recursos são tão vastos que estão além da compreensão do ser humano. Não somente não há ninguém que entenda totalmente a Internet como também não há ninguém que entenda quase tudo da Internet”.
Em outras palavras, a Internet é universal, não tem fronteiras, não possui um proprietário e está à disposição das pessoas de uma forma geral.
Embora não tenha sido este o propósito inicial, a Internet trouxe uma proposta inovadora: a velocidade na comunicação entre as pessoas, o que acarretou uma nova maneira de comprar produtos e serviços, procurar entretenimento, notícias, previsões meteorológicas, mudanças no trabalho, dentre outras informações. No campo destas mudanças em comunicação, há espaço também para uma ampliação do veículo Internet, no tocante ao crescimento, desenvolvimento e divulgação das pesquisas realizadas.
As transformações causadas pela Internet estão apenas em sua fase inicial e isto tem-se notado de forma clara com o acelerado processo de evolução das novas tecnologias que estão sendo introduzidas. Percebe-se que atualmente, a Internet não está presente apenas nos computadores comerciais dos supermercados, dos bancos ou de uma indústria de embalagens, tampouco apenas nos micros domésticos; é possível acessar informações também através de celulares, televisores, carros e até geladeiras, conforme apontam SANTOS & CATELLI (2000). É cada vez mais comum encontrar pessoas que acessam de alguma forma a rede mundial de computadores, que cresce rapidamente como um novo meio de comunicação de massa, aliás, não tão novo assim, mas que devido a sua expansão recente, só há pouco tempo tomou proporções significativas e ganhou uma maior visibilidade. Segundo a Teoria da Comunicação, o conceito de Comunicação de Massa compreende os meios de difusão de “informações destinadas ao grande público”, conforme HOLANDA (1975, p. 375), transmitidas por meios próprios, como a imprensa, a tevê, o rádio, o cinema, entre outros, divulgando notícias, propagandas ou outro tipo de informação.
Deve-se levar em conta que a Internet não cresceu e continua crescendo tanto, por acaso ou de forma impensada; ela é na verdade um grande negócio cibernético que deve movimentar até 2005 cerca de U$ 5 trilhões, valor superior ao PIB atual individual de quase todos os países do mundo, segundo previsões divulgadas em maio de 2001 pela consultoria americana IDC RESEARCH (2001), devendo conectar até lá algo em torno de 1 bilhão de pessoas, o equivalente a cerca de 15% (quinze por cento) da população mundial.
Portanto, afirmar que a Internet seria apenas um grupo de computadores ligados a outros, não contemplaria o verdadeiro sentido desta rede mundial de comunicação. O transporte on-line de informações e a própria informação em si, estes sim, constituem a definição mais pura e simples do que seria Internet.

TECNOLOGIA, COMUNICAÇÃO E CONTABILIDADE

A Tecnologia, entendida como um conjunto de ferramentas e processos de uma determinada atividade, deve ter seus recursos utilizados ao máximo pelos seus usuários, como forma de usufruir dos benefícios por ela proporcionados. Tem-se observado que, em alguns ramos a tecnologia tem atingido um nível de desenvolvimento consideravelmente maior em relação a outros, constatado por exemplo, nos meios de comunicação. Os avanços tecnológicos nesta área, em especial na mídia, isto é, na comunicação de massa, que atinge um grande público, têm sido expressivos, principalmente com o advento da Internet.
Sendo a Internet uma ferramenta da tecnologia tão importante como veículo de comunicação de massa, é salutar que a ciência utilize-se desta para divulgar o conhecimento e a informação produzidos por toda a comunidade científica, como forma de que este não seja restrito a um pequeno grupo que tem acesso a periódicos impressos.
Pierre Lévy, filósofo francês estudioso das novas tecnologias e professor do Departamento de Hipermídia da Universidade de Paris VIII, em entrevista ao jornalista Florestan Fernandes Jr., em documentário exibido pela Rede SESC/SENAC de TV – STV no mês de setembro de 2000, fez um paralelo entre a propagação do conhecimento através da educação e outras relações, dentre elas com o trabalho e especialmente com a tecnologia, onde afirma que pela educação “o conhecimento era essencialmente um estoque e acumulávamos esse estoque à medida em que aprendíamos. Hoje em dia, navegamos em um fluxo, não acumulamos mais um estoque”, destacando que o grande desafio do homem moderno é transmitir conhecimento para outras pessoas.
Encarando a disseminação do conhecimento como ponto principal, observa-se que o conhecimento produzido pelos cientistas contábeis, não apenas nas universidades e centros de pesquisa, mas por todos os profissionais contadores que fazem do ramo do conhecimento contábil a essência da sua atividade, não tem obtido a divulgação que entende-se como necessária a toda produção científica.
Partindo desse entendimento, tenta-se buscar uma resposta para este problema, trazendo uma proposta para suprir esta deficiência, com o uso da ferramenta Internet, através do estudo de alternativas por ela proporcionadas que podem trazer resultados para o desenvolvimento e divulgação do conhecimento contábil.

OS REFLEXOS DA INTERNET NA CONTABILIDADE

O alto valor que deve ser negociado via rede, apontado pela consultoria americana, já começa a se concretizar aqui mesmo no Brasil, onde muitas empresas estão negociando seus produtos e serviços única e exclusivamente através da rede, atividade denominada pela expressão inglesa e-commerce. Nota-se portanto, que o impacto econômico causado pelo advento da Internet já causa grandes transformações no mundo dos negócios e por conseqüência na Contabilidade; entretanto, observa-se que esta não vem acompanhando estas mudanças implementadas na proporção do avanço da tecnologia neste setor, ficando à margem deste processo, ao passo que outros ramos do conhecimento conseguem se utilizar da Internet de forma a desenvolverem cada vez mais suas teorias, estudos e fundamentações. É preciso que haja uma mudança de costumes e procedimentos na técnica utilizada pela Contabilidade, que ainda está muito presa aos formulários e papéis de trabalho.
No entanto, este artigo não visa encontrar uma maneira de eliminar qualquer tipo de método manual e implementar uma nova forma de trabalho para o profissional contábil, ainda que sejam perceptíveis sinais que apontam para a possibilidade de concretização em um futuro não distante. O que se pretende é que o profissional em Contabilidade, os estudiosos dos fenômenos contábeis e a comunidade contábil de uma maneira geral, despertem para a utilização deste instrumento e descubram todo o potencial da ferramenta chamada Internet. Assim, a classe poderá evoluir e dar um salto no que tange à produção científica e ao fortalecimento deste ramo do conhecimento.
Fazer da Internet apenas um instrumento de correio, de compra de produtos supérfluos ou de armazenamento de textos e músicas, seria subjugar um grande e poderoso instrumento de trabalho para o desenvolvimento de qualquer atividade e de qualquer estudo. A tempestividade de como as informações são processadas e disponibilizadas para o maior número de pessoas possível é o que na verdade faz da Internet uma poderosa ferramenta de trabalho. Se faz necessário, entretanto, que esta seja mais eficazmente explorada, tendo todas as suas possibilidades de auxílio à pesquisa estudadas, tornando o conhecimento um elemento com o acesso facilitado.
Internet parece constituir assim, um desafio que pode dar origem a uma “nova visão construtiva do potencial da contabilidade” hipótese levantada por LITTLEON & ZIMMERMAN apud SANTOS E CATELLI (2000), para o início do século XXI. Assim, a Era do Conhecimento começa a fazer parte cada vez mais intensamente da realidade presente.
Neste contexto da era do conhecimento, Karl Albrecht em artigo publicado na revista HSM Management (apud BARBOSA, 2000), elenca cinco pontos para um novo modelo de qualidade da informação, sendo um deles a apresentação da informação, assim definindo:
“...engloba os aspectos relacionados com os recursos utilizados para apresentar a informação, como: uso de software ou outras ferramentas, como processadores de textos, bancos de dados, planilhas, ferramentas de design gráfico, páginas da Web e outras formas on-line, para transformar a informação-fonte em formato que tenha significado para o cliente”. (grifo nosso)
Visando aproveitar estas oportunidades, diversos países têm estimulado experiências de divulgação da informação contábil via Internet, como por exemplo, através da criação de modelos de demonstrações contábeis que utilizam recursos específicos da Web visando tornar mais clara, objetiva e eficaz as informações contidas nas mesmas. Existem os casos também em que, com apenas um click, o usuário que necessite de quaisquer informações possa selecioná-las, descartando aquilo que não é do seu interesse, otimizando, com isso, o seu tempo.
Assim, parece inegável que com o decorrer dos anos, contadores, estudantes, professores, investidores etc. serão cada vez mais estimulados, não apenas ao uso e ao aperfeiçoamento contínuo das técnicas e recursos da Internet para comunicação, como também à reflexão e ao aprofundamento conceitual constante, ou seja, mediante a interatividade crescente, a Internet contribuirá para o crescimento profissional, acadêmico, científico e social; entretanto, é preciso que não se perca de vista todas estas mudanças, sob pena de não se acompanhar a própria evolução das ciências.

INTERNET NOS MEIOS ACADÊMICO E PROFISSIONAL CONTÁBIL

ALGUMAS OBSERVAÇÕES SOBRE O USUÁRIO DA INTERNET E A CLASSE CONTÁBIL

Nas observações preliminares, notou-se que a Internet, mesmo tendo todo este poder de comunicação, ainda não é utilizada de forma satisfatória pela classe contábil. Buscou-se identificar fatores que levam o profissional de Contabilidade, as instituições de pesquisas Contábeis e até o próprio estudante da área a não divulgarem os frutos das suas atividades de pesquisa e profissional, como forma inclusive de colaborar para o aperfeiçoamento cada vez maior da formação da Classe.
Num primeiro estágio da evolução da ferramenta Internet enquanto fonte de disseminação do conhecimento, esta apresenta-se como um instrumento a agregar oportunidades, porém ainda não essencial, para o desenvolvimento de diversas atividades. No entanto, dada a sua dinâmica e o rápido crescimento, há uma tendência para que dentro em breve ela passe de opção para um objeto fundamental, de necessidade básica para qualquer profissional, inclusive o Contador.
No processo de sub-utilização da Web por parte dos profissionais da Contabilidade, nota-se que existe uma barreira no que tange a dificuldade de manuseio da informática, o que desencadeia outras questões, como a própria falta de habilidade para navegação na rede e a disponibilização da produção acadêmico-científica e profissional através dos sites e portais, criando outro entrave para a disseminação do conhecimento Contábil, refletindo diretamente no processo de educação continuada e/ou aperfeiçoamento profissional, que poderia se utilizar da rede para sua dinâmica e crescimento.
O profissional de Contabilidade necessita de sites que tragam informações úteis, de forma clara e que atendam às suas necessidades, independente de seu campo de atuação.
Referindo-se ao e-commerce, o comércio eletrônico na Web reconhecidamente como grande oportunidade de negócios, observa-se que o profissional em contabilidade está ficando a reboque desta tendência mundial, haja visto que existem poucos empreendimentos virtuais em contabilidade no Brasil e estes poucos atuam timidamente e em campos bastante restritos.

ALGUMAS ALTERNATIVAS PARA A DISSEMINAÇÃO DO CONHECIMENTO CONTÁBIL VIA INTERNET.

Neste trabalho, sem dúvida, o maior desafio é mostrar para a classe Contábil que a Internet pode ser bastante útil para divulgar para os seus clientes as informações que possui, além de proporcionar o desenvolvimento do próprio conhecimento contábil. As alternativas apontadas pelo adequado uso da Internetenquanto ferramenta que facilita as atividades da classe Contábil, certamente poderão beneficiar os usuários de diversas formas, como segue:
Ü  Professor – ao professor, que atua diretamente lecionando disciplinas da área contábil, as informações e resultados sobre as pesquisas que vem sendo desenvolvidas são importantes como alternativa de atualização e referencial para enriquecimento de conteúdo das aulas, pois abordam temas atuais sob uma ótica diferente dos livros didáticos disponíveis. Isto pode ser feito através da disponibilização das pesquisas em sites, de discussão de temáticas através de fóruns on-line e pela troca de e-mails;
Ü  Estudante de Ciências Contábeis e áreas afins – ao estudante da área contábil e das áreas afins, tanto da graduação quanto da pós-graduação, o conhecimento produzido e difundido contribui para o enriquecimento e aprofundamento das suas pesquisas acadêmico-científicas, sendo, portanto, uma importante fonte bibliográfica. Também é possível discutir temáticas nos fóruns on-line e tirar dúvidas por e-mail;
Ü  Contador – Ao contador, bacharel das Ciências Contábeis, as pesquisas contribuem para a atualização necessária a sua atuação profissional. Um fator importante para este usuário é o que aqui será denominado de educação continuada não formal, ou seja, o contínuo aperfeiçoamento profissional, sem depender da educação formal (oferecida por escolas, universidades, etc.). Facilita ainda os procedimentos burocráticos, com a prestação on-line das informações aos órgãos oficiais. Os newsletters (boletins on-line) também são importantes, por notificar as modificações em legislação, mudança de procedimentos, entre outras, destacando ainda a oportunidade de oferecimento dos seus serviços via Web;
Ü  Centros de pesquisa – aos Centros de Pesquisa, os recursos colaboram para conhecerem as pesquisas que estão sendo desenvolvidas por outros centros, além de servirem como elementos contributivos para o enriquecimento e divulgação de sua próprias pesquisas. Os newsletters também são importantes, divulgando as mais recentes descobertas na área da pesquisa;

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao longo deste estudo, pôde-se observar que há uma carência de divulgação através da Internet, do conhecimento científico produzido, especialmente direcionado para este ramo do conhecimento. A classe contábil ainda não está fazendo da Internet um meio eficiente de divulgação da sua atividade.
É salutar que esta classe comece a fazer da Internet uma ferramenta de colaboração essencial para o seu labor, estando cada vez mais atualizada em relação às novas tecnologias da comunicação e da informação, que muito contribuem para o engrandecimento e aperfeiçoamento dos conhecimentos contábeis, em especial, com a divulgação dos estudos que vem sendo desenvolvidos.
Portanto, a classe deverá explorar todo este potencial, que ainda tem muito a crescer, estando assim à frente de grandes transformações e tendendo a obter considerável expansão profissional.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

ALVES, Lynn Rosalina Gama. Novas Tecnologias: instrumento, ferramenta ou elementos estruturantes de um novo pensar? Revista da FAEEBA/Universidade do Estado da Bahia. Salvador, ano 7, n.10, jul./dez. 1998. p. 141-52.
BARBOSA, Ana Maria Ribeiro. As implicações da tecnologia da informação na profissão contábil. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CONTABILIDADE, 16, 2000, Goiânia. Anais... Brasília: Conselho Federal de Contabilidade, 2000. 1 CD-ROM.
BRASIL. Ministério da Ciência e Tecnologia. Evolução da Internet no Brasil e no mundo. 1. ed., Brasília: MCT, 2000. Disponível em <http://www.mct.gov.br/Temas/info/Palestras/Evolucao.htm>. Acesso em: 17 fev. 2001.
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CORNACHIONE Jr., Edgard B. Informática aplicada às áreas de Contabilidade, Administração e Economia. 3. ed., São Paulo: Atlas, 2001.
ESTADÃO. Agência Estado – Estadão especial. História da Web. Disponível em: <http://www.estadao.com.br/edicao/especial/Internet/interne8.html>. Acesso em: 16 fev. 2001a.
ESTADÃO. Agência Estado – Tecnologia da Informação. Brasil já ultrapassa 11 milhões de internautas. Disponível em: <http://www.estadao.com.br/tecnologia/Internet/2001/jun/12/176.htm>. Acesso em: 15 jun. 2001b.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário da língua portuguesa. 1. ed. 12. tiragem, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1975.
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HAHN, Harley; STOUT, Rick. Dominando a Internet. Tradução: Antonio Augusto Orselli. Revisão técnica: Mário Magyar Franco. São Paulo: Makron Books, 1995.
HONEYCULT, Jerry. Usando a Internet – Tradução Edson Furmankiewicz. 3. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1998.
IDC Research. Nearly 1 Billion Internet Users Will Fuel More Than $5 Trillion in Internet Commerce by 2005. Disponível em: <http://www.idc.com/ITOver/press/IT052301pr.stm>. Acesso em: 18 jun. 2001.
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Introdução à Teoria da Contabilidade para o nível de graduação 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
KOULOPOULOS, Thomas. As Peças do Quebra-cabeças do Gerenciamento do Conhecimento. Disponível em: <http://www.perspectivas.com.br/leitura/tec4.htm>. Acesso em: 16 fev. 2001.
LAUDON, Kenneth. Sistemas de Informação. 1. ed., Rio de Janeiro: LTC – Livros Técnicos e Científicos, 2000.
LÉVY, Pierre; AUTHIER, Michel. As Árvores de conhecimentos. Tradução de Mônica M. Seincman. 1. ed., São Paulo: Escuta, 1995.
______. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. tradução Carlos Irineu da Costa. 6. ed. São Paulo: Ed. 34, 1993.
______. O que é o virtual?. tradução de Paulo Neves. 1. ed. São Paulo: Ed. 34, 1996.
NOVA relação com o saber: educação, tecnologia, trabalho e arte-pensamento. Entrevista com Pierre LÉVY. STV – Rede SESC/SENAC de TV, 2000. 01 fita de vídeo, VHS, son, color, legendado.
RICCHIO, Edson Luiz & PETERS, Marcos R. S. Ambiente virtual e flexibilidade: o impacto da tecnologia da informação sobre o sistema de informação contábil. Revista de Contabilidade do CRC-SP, São Paulo, ano 1, n. 02, jul. 1997.
SANTOS, Edilene Santana e CATELLI, Armando. Internet: desafio para uma contabilidade interativa. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CONTABILIDADE, 16, 2000, Goiânia. Anais... Brasília: Conselho Federal de Contabilidade, 2000. 1 CD-ROM.
SILVA, Daniela; Agência Folha. Estude em tempo real. Jornal A Tarde, Caderno 06 – Informátic@, 14/02/2001, Salvador. A Tarde, 2001. p. 1-2
VEJA. Especial Veja Digital. Como os brasileiros usam a Internet. Disponível em: <http://www2.uol.com.br/veja/especiais/digital4/p_072.html>. Acesso em: 20 fev. 2001.
XIMENES, Sérgio. Minidicionário Ediouro da Língua Portuguesa. 2. ed., revista e ampliada. São Paulo: Ediouro, 2000.
Fonte: Congresso de Contabilidade e Controladoria da USP.
Matéria postada por Werley Novais.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012


Planejamento de longo prazo


Como definir novos mercados, produtos, necessidade de capital e horizonte ideal de planejamento.
Planejar o futuro pode parecer, nos dias de hoje, algo muito distante e inatingível. Realmente, na velocidade em que as coisas acontecem atualmente, temos a sensação de que um mês passa como se fosse um século.
No entanto, planejar as nossas operações para prazos maiores pode trazer uma série de benefícios, tais como: adquirir uma melhor visão de nosso negócio e das variáveis que o impactam, identificar os pontos de melhoria e, principalmente, identificar tendências que, quando concretizadas, desenharão as futurasnecessidades de mercado.
Tendências, é importante lembrar, não representam efetivamente a certeza de que determinado cenário ocorrerá, mas sim desenhos de cenários que têm grande probabilidade de ocorrer vis-à-vis algumas mudanças que certamente ocorrerão e outras com grandes chances de acontecerem. Estes cenários podem estar associados a mudanças de tecnologia, legislação, demografia, economia, entre outras.
No Brasil, por exemplo, temos informações quase diárias de várias tendências que irão, certamente, alterar de forma significativa os mercados em que atuamos. No que se refere a aspectos demográficos, temos projeções que apontam para um amadurecimento e envelhecimento da população, urbanização, além da já famosa mudança da pirâmide social.
As tendências citadas não são futurológicas e muito menos esotéricas, mas sim cenários para os quais qualquer empreendedor deve estar atento e preparado para identificar oportunidades e ameaçasdecorrentes dos mesmos. A partir do conhecimento mais preciso sobre elas (algumas podem ser obtidas em relatórios públicos de entidades como IBGE, SEBRAE, entre outras), o empreendedor deverá iniciar umprocesso de projeção futura de suas atividades, simulando essas mudanças futuras.
A primeira atividade que recomendo é verificar, antes de pensar em novos produtos, qual é a sua atual linha de produtos e serviços e quais deles serão impactados por maior ou menor demanda futura. Em seguida, sugiro que o empreendedor comece a “viajar” um pouco e, em função de seu atual expertise e DNA, conceba quais tipos de novas soluções e produtos poderia dispor para esse novo mercado que virá.
Não existe uma formula mágica sobre o horizonte ideal para fazer essas projeções, mas acredito ser interessante fazer esse exercício para um período de ao menos três anos e, a partir disso, revisitá-lo anualmente e fazer os ajustes para mais três anos.
Dessa forma, embora esteja projetando coisas para o futuro, o empreendedor sempre terá uma visão de custos e investimentos necessários mais próximos da sua realidade atual. E, como recomendação final, não tenha medo de mudar, pois, como dizia Peter Drucker: “Mais arriscado que mudar é continuar fazendo a mesma coisa”.
Carlos Alberto Miranda é sócio-fundador da BR Opportunities, gestora de Private Equity com foco em empresas de rápido e alto crescimento.
Fonte: Endeavor Brasil.
Matéria postada  por Werley Novais.

terça-feira, 4 de setembro de 2012


CONTABILIDADE GERENCIAL - O QUE É? COMO UTILIZÁ-LA?

Júlio César Zanluca

A contabilidade é uma ferramenta indispensável para a gestão de negócios. De longa data, contadores, administradores e responsáveis pela gestão de empresas se convenceram que amplitude das informações contábeis vai além do simples cálculo de impostos e atendimento de legislações comerciais, previdenciárias e legais.
Contabilidade Gerencial, em síntese, é a utilização dos registros e controles contábeis com o objetivo de gerir uma entidade.
A gestão de entidades é um processo complexo e amplo, que necessita de uma adequada estrutura de informações - e a contabilidade é a principal delas.
Além do mais, o custo de manter uma contabilidade completa (livros diário, razão, inventário, conciliações, etc.) não é justificável para atender somente o fisco. Informações relevantes podem estar sendo desperdiçadas, quando a contabilidade é encarada como mera burocracia para atendimento governamental. 
Objetivamente, o custo médio de uma contabilidade de empresa de pequeno porte (faturamento até R$ 120.000/mês) é acima de R$ 600,00. Numa empresa de médio porte (faturamento até R$ 1.000.000/mês) este custo vai a R$ 3.000,00 ou mais. Tais empresas precisam aproveitar as informações geradas, pois obviamente este será um fator de competitividade com seus concorrentes: a tomada de decisões com base em fatos reais e dentro de uma técnica comprovadamente eficaz – o uso da contabilidade.
A contabilidade gerencial não “inventa” dados, mas lastreia-se na escrituração regular dos documentos, contas e outros fatos que influenciam o patrimônio empresarial.
Dentre as utilizações da contabilidade, para fins gerenciais, destacam-se, entre outros:
1. Projeção do Fluxo de Caixa
2. Análise de Indicadores
3. Cálculo do Ponto de Equilíbrio
4. Determinação de Custos Padrões
5. Planejamento Tributário
6. Elaboração do Orçamento e Controle Orçamentário

CONDIÇÕES
O primeiro passo para uma contabilidade verdadeiramente gerencial, é que esta seja atualizada, conciliada e mantida com respeito às boas técnicas contábeis.
Desta forma, pressupõe-se, entre outros, que uma contabilidade para uso gerencial deva ter: 
1.     Contas bancárias devidamente “fechadas” com os respectivos extratos, sendo as diferenças demonstradas e que tais diferenças não afetem o resultado pelo regime de competência. Admite-se, tão somente, as típicas “pendências” bancárias, como cheques não compensados e pequenos valores de débitos e créditos a ajustar. Valores expressivos, como débitos de juros e encargos sobre financiamentos, devem estar contabilizados.
2.     Provisões de Férias e 13º Salário feitas mensalmente, com base em relatórios detalhados do departamento de recursos humanos. A falta de provisão mensal distorce as demonstrações contábeis, pois o regime de competência não é atendido.
3.       Depreciações, amortizações e exaustões, contabilizadas com base em controles do patrimônio.
4.       Registro dos tributos gerados concomitantemente ao fato gerador, efetuando-se também a Provisão do IRPJ e CSLL, conforme regime a que está sujeito a empresa (lucro real, presumido ou arbitrado).
5.     Nas empresas que se dedicam às atividades imobiliárias, optar por contabilizar custos orçados das obras. Outras atividades também exigirão técnicas contábeis específicas, como as cooperativas e as instituições financeiras.
6.       Receitas, custos e despesas, reconhecidas pelo regime de competência, como detalhado adiante. 

O REGIME DE COMPETÊNCIA CONTÁBIL 
O reconhecimento das receitas e gastos é um dos aspectos básicos da contabilidade que devem ser conhecidos para poder avaliar adequadamente as informações financeiras.
Sob o método de competência, os efeitos financeiros das transações e eventos são reconhecidos nos períodos nos quais ocorrem, independentemente de terem sido recebidos ou pagos.
Para todos os efeitos, as Normas Brasileiras de Contabilidade elegem o regime de competência como único parâmetro válido, portanto, de utilização compulsória no meio empresarial.

Autor: Júlio César Zanluca é Contabilista e autor do Manual de Contabilidade Gerencial.

Fonte: Portal de Contabilidade.

Matéria postada por Werley Novais.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012


Quanto pequenas empresas devem investir em marketing

Investimentos em marketing são vitais para que uma empresa possa atrair novos clientes e mantê-los satisfeitos


Quanto pequenas empresas devem investir em marketing
Respondido por Maurício Galhardo, especialista em finanças
Altos investimentos em campanhas publicitárias e ações em mídias sociais costumam ser associados a grandes empresas. No entanto, com a necessidade de expansão de mercado, também as pequenas empresas têm dado certa atenção a investimentos em marketing.
Aqui não me refiro a ter um departamento de marketing ou mesmo uma equipe completa, mas ao planejamento de verba para as ações de marketing.
E quanto deve ser investido em marketing? A resposta sairá deste planejamento, ou como é comumente chamado, do plano de marketing. É listar possíveis ações, fazer orçamentos para saber os custos, buscar por fornecedores que possam executá-las, criar um cronograma para adequar as ações à sazonalidade de seu negócio e, principalmente, determinar objetivos para estas ações.
Podemos dividir os investimentos em marketing em dois grupos. O marketing institucional é aquele com ações para que os clientes conheçam a empresa e seus produtos e serviços. Refere-se, por exemplo, ao desenvolvimento da logomarca, do website, das mídias sociais, dos materiais gráficos (cartões de visita, folders, catálogos, etc.) e de propagandas em revistas. Neste caso, recomenda-se investimento constante. Assim, em vez de um percentual do faturamento, melhor seria estabelecer um valor fixo mensal que cubra o planejamento de marketing da empresa.
Já o marketing comercial é feito com ações para gerar aumento de vendas, como campanhas para datas especiais e promoções. O percentual de investimento tende a variar muito de acordo com o segmento da empresa. Empresas que dependem de ações de marketing para vender chegam a investir 10% do faturamento ou até mais. No geral, investir de 3% a 5% do faturamento é um bom patamar.
Maurício Galhardo é especialista em administração financeira e sócio–diretor da Praxis Education.
Fonte: Exame - online.
Matéria postada por Werley Novais.