quinta-feira, 29 de março de 2012

Maratona contábil discute rumos da receita

São Paulo é desde ontem o palco de uma maratona de encontros que abre uma rodada global de debates sobre como as empresas devem reconhecer as receitas nos seus balanços. As reuniões continuam ao longo desta quarta-feira na capital paulista e novas discussões sobre o tema estão agendadas para os próximos dias na Malásia, no Japão, no Reino Unido e nos Estados Unidos.
Na pauta, a nova norma sobre reconhecimento de receita, que exigirá mudanças e melhores controles de todas as companhias sobre o registro de suas vendas na contabilidade.
O princípio básico da nova norma é que a receita deve ser reconhecida quando o controle sobre um bem ou serviço é transferido para o comprador, com a possibilidade de isso ocorrer em um único momento ou ao longo do tempo.
Embora na maioria dos casos pareça simples identificar quando isso ocorre, a realidade mostra que nem sempre existe acordo sobre quando e como uma receita deve ser registrada, e nem sobre o valor da operação.
A norma cria o conceito de “performance obligation”, que pode ser traduzido para “obrigação (ou meta) a cumprir”.
Um único contrato pode ter várias obrigações a cumprir, e a receita ligada a cada uma delas deve ser reconhecida de forma separada. Em um exemplo, uma operadora de telefonia que vende um celular e um plano para o cliente precisará reconhecer receita e custo de venda do produto no momento inicial e a do serviço ao longo do tempo.
A série de debates sobre esse tema é a reta final de um processo que já dura quase dez anos, e está sendo conduzido em conjunto pelo Fasb e Iasb, órgãos responsáveis pelo padrão de contabilidade americano (US Gaap) e internacional (IFRS), respectivamente, sendo que este último é adotado no Brasil desde 2010.
Após essa rodada de discussão com agentes de mercado em todo o mundo, os dois órgãos esperam publicar o texto final da norma entre o fim deste ano e início de 2013. Não existe previsão para quando as regras passarão a valer, mas isso não ocorrerá antes do exercício de 2015.
Ainda que a mudança só tenha impacto prático no longo prazo, especialmente empresas e auditores já estão atentos para suas consequências.
Presente nos encontros de ontem, o único brasileiro a participar da diretoria do Iasb, Amaro Gomes, enfatizou que os investidores precisam tomar parte das discussões. “A participação deles é muito pequena”, afirmou.
Os setores de incorporação imobiliária e de telecomunicações estarão entre os mais afetados pela nova norma (veja mais nesta página), mas os impactos poderão reverberar para todas as indústrias e até mesmo bancos.
Na série de encontros ao longo do dia ontem, em São Paulo, uma técnica do Iasb, Allison McManus, e outra do Fasb, Kristin Denise Bauer, discorreram sobre os retornos que tiveram de participantes de mercado desde que a última versão da norma foi colocada em audiência pública, em novembro.
Tirando as questões setoriais, os pontos de maior atenção envolvem: o ajuste a valor presente da receita recebida ao longo do tempo; como se registrar a expectativa de perda por inadimplência no momento da venda; e o reconhecimento prejuízo em “obrigações a cumprir” específicas dentro de um mesmo contrato.
Em relação ao ajuste a valor presente, Kristin esclareceu que a regra não impede que as empresas o façam mesmo que o prazo de recebimento seja inferior a 12 meses. “Se o ambiente da entidade for de inflação e juros altos, cabe à empresa julgar se o componente financeiro é relevante.”
Sem dar detalhes de qual será a resposta, ela mencionou que muitos agentes de mercado pediram mais esclarecimento sobre como devem registrar a previsão de perda por inadimplência quando fizerem uma venda. Kristin disse que essa regra está relacionada à que trata especificamente sobre provisão para recebíveis, mas que não a substitui, já que uma trata apenas do “momento zero” e a outra da vida toda do contrato.
Em relação à previsão de que uma perda deve ser registrada sempre que uma única “obrigação a cumprir” indique prejuízo, Allison afirmou que a rejeição dos participantes no mercado foi “praticamente universal”. A preferência é que isso ocorra apenas se todo o contrato indicar perda.
Fonte: Valor
Publicada em: Jornalcontabil.com.br

Esta matéria é uma contribuição do Profº. Flávio Dantas, docente dos cursos de Ciências Contábeis da FAINOR e UESB, e também, orientador/componente do Grupo de Pesquisas e Estudos Contábeis - Graciliano Ramos

quarta-feira, 28 de março de 2012

Marketing em Contabilidade


O poder das ferramentas de marketing para empresas contábeis
por Ricardo de Freitas

Vamos começar nosso artigo lendo algumas definições de marketing de Philip Kotler.

  • O marketing procura o equilíbrio entre a oferta e a demanda.
  • Marketing não é a arte de descobrir maneiras inteligentes de descartar-se do que foi produzido. Marketing é a arte de criar valor genuíno para os clientes. É a arte de ajudar os clientes a tornarem-se ainda melhores.
  • Marketing é a função empresarial que identifica necessidades e desejos insatisfeitos, define e mede sua magnitude e seu potencial de rentabilidade, especifica que mercados-alvo serão mais bem atendidos pela empresa, decide sobre produtos, serviços e programas adequados para servir a esses mercados selecionados e convoca a todos na organização para pensar no cliente e atender ao cliente.”

Analisando os textos de Philp Kotler, podemos entender a importância do marketing para qualquer organização independente do tamanho ou segmento de mercado.

Sabemos da importância dos softwares, computadores e outros equipamentos para o sucesso de uma empresa contábil, mas é preciso dedicar atenção extrema para sua equipe, seja ela composta por um funcionário ou dezenas.

Para ajudar nestas questões, falaremos de técnicas importantes para serem utilizadas e reutilizadas no treinamento de sua equipe de colaboradores.

Motivação: Mantenha sua equipe motivada, faça reuniões periódicas comentando as novidades do mercado contábil, como avanços tecnológicos, novas políticas de qualidade e possibilidades de crescimento profissional, como profissional contábil.

Encantar o cliente, é o termo do momento. Uma das habilidades que precisa ser desenvolvida, é a empatia. Essa é a palavra chave.

Empatia significa a capacidade de se colocar no lugar do outro. De nada adianta todos os instrumentos vinculados ao bom atendimento, tais como gentilezas e cortesias, respeito entre outros, se a empresa, através dos seus funcionários ou dirigentes, apenas manifestar o seu ponto de vista, expressando as suas crenças e as suas verdades, sem se colocar no lugar do cliente.

A arte da empatia, mais do que a simpatia é o grande segredo de uma comunicação efetiva. Aliás, a comunicação não é o que se transmite ou o que se fala. A comunicação é o que chega ao ouvinte ou interlocutor; é o que é interpretado, é o estímulo que fica no outro, a partir do que dissemos ou fizemos.

Enquanto as pessoas estiverem apenas interessadas em falar, sem ouvir ou abrir canais para perceber o que o cliente quer ou precisa, estarão perdendo bons negócios e bons clientes.

Abaixo seguem algumas dicas interessantes para sua empresa contábil colocar em prática:

1)          Cultive sempre a empatia, ou seja, a capacidade de se colocar no lugar do outro;
2)          Ouça com atenção. Pergunte para não haver dúvidas no entendimento do que foi transmitido;
3)          Evite interpretar. Normalmente interpretamos com base no nosso ponto de vista e não no ponto de vista do outro. Novamente é melhor perguntar do que interpretar errado;
4)          Ao falar com a pessoa, dê-lhe a devida atenção, trate-a com distinção, respeito, simpatia, gentileza e consideração. Chame-a pelo nome, use pronomes de tratamento adequados;
5)          Procure simplificar. Muitos negócios são comprometidos por excesso de argumentação;
6)          Prepare-se para falar bem, com elegância, fluidez e naturalidade;
7)          Tenha segurança ao falar. Confie em si mesmo, e seu conhecimento, reforce sua auto-estima para ficar calmo e tranquilo em qualquer situação;
8)          Fale bem, com boa voz e boa dicção. Administre a velocidade da fala, faça pausas, adeque o volume ao ambiente e ao(s) interlocutor(es);
9)          Seja objetivo, desenvolva as ideias com clareza, com começo, meio e fim. Use exemplos para fortalecer os seus argumentos;
10)       Adeque o vocabulário e a linguagem ao tipo de pessoa com quem estiver falando para falar a mesma “língua” do interlocutor. Isso exige flexibilidade e preparo;
11)       Chame o seu cliente pelo nome. Use seu banco de dados para se lembrar do nome e informações importantes do seu cliente. Nada há de mais precioso, no campo das relações, do que chamar a pessoa pelo seu nome, mostrando com isso, interesse e consideração.

Importante:

A simpatia é geralmente confundida com empatia, mas não são coisas sequer parecidas. A simpatia é uma afinidade moral que pode ocorrer no sentir e no pensar de uma pessoa individualmente ou de duas pessoas. Trata-se de uma impressão agradável ou disposição favorável que se experimenta em relação a alguém que pouco se conhece, mas não implica no reconhecimento das emoções ou necessidades do outro com quem se simpatizou. Diferente da empatia, a simpatia pode ocorrer com pessoas, animais e objetos inanimados ou mesmo por uma ideia. Uma definição mais precisa seria que a simpatia é algo que sentimos pelo que o outro está vivenciando sem, entretanto, sentir o que ele está sentindo.

Usando a Empatia com Clientes Problemáticos

Empatia é fundamental quando se lida com clientes que estão insatisfeitos com o atendimento ou outro setor da empresa. Como já mencionado anteriormente, uma boa regra geral é tentar visualizar a situação a partir da perspectiva do cliente. O trabalho é deixar que o cliente fale e escutá-lo atentamente, a fim de compreender qual é a fonte de frustração. Quando você faz isso, você envia uma poderosa mensagem que diz que você se preocupa de verdade com o que ele está vivenciando.

Lembre-se sempre:

Esteja consciente do seu tom de voz e de comportamento em todos os momentos. Se as afirmações com empatia não são ditas com sinceridade, o cliente pode pensar que você está zombando dele. A situação poderá tornar-se pior do que está.

Como Usar Empatia Para Resolver a Questão
Então você tem empatia com o cliente, e agora é hora de resolver o problema. Você não deve parar de usar empatia só porque você já tenha o acalmado, você também deve usá-la para resolver qualquer tipo de problema em várias outras situações.

A empatia é uma poderosa ferramenta de relacionamento, e deve ser exercitada sempre. Assim, em pouco tempo, já será algo normal no atendimento ao cliente.

FREITAS, Ricardo de. O poder das ferramentas de marketing para empresas contábeis. Disponível em: <http://jornalcontabil.com.br/v5/?p=740> Acesso em: 26 fev. 

Esta matéria é uma contribuição do discente Werley Novais, componente do Grupo de Pesquisas e Estudos Contábeis - Graciliano Ramos

segunda-feira, 26 de março de 2012

2013 será o ano da contabilidade no Brasil

Na presença de cerca de 20 parlamentares, senadores, deputados federais e estaduais, representantes de órgãos públicos estaduais e federais e mais de 400 lideranças da contabilidade nacional e internacional, Juarez Domingues Carneiro, o contador que foi reconduzindo à presidência do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), para o biênio 2012-2013, declarou que, entre suas metas para esta gestão, está desenvolver uma ampla campanha, fazendo de 2013 o ano da Contabilidade brasileira. O evento aconteceu nesta quarta-feira, dia 21, em Brasília.

Outras metas traçadas pelo presidente Juarez são a qualificação e capacitação dos mais de 500 mil profissionais registrados nos 27 Conselhos estaduais e, portanto, atuantes em todo o País e a consolidação da posição de liderança na Contabilidade nacional no mundo, principalmente em razão da implantação das IFRS (International Financial Reporting Standards – Normas Internacionais de Contabilidade) e da atuação do Glenif (Grupo Latinoamericano de Emisores de Normas de Información Financiera).


Representando o presidente do Senado Federal José Sarney (PMDB-AP), o senador Paulo Bauer (PSDB-SC), também contador, disse que em suas atividades parlamentares se espelha muito no que aprendeu ao exercer a profissão. “O contador está sempre cumprindo prazos, trabalha além da hora, e a sua função é contribuir para a manutenção do sistema econômico do País”.

Também contador, o deputado federal Edinho Bês (PMDB-SC), na ocasião representando o presidente da Câmara dos Deputados Marco Maia (PT-RS), explicou que apesar da evolução tecnológica, os cidadãos sempre precisam recorrer ao contador, para abrir e dar continuidade às suas empresas, sejam elas de capital limitado, grandes, de economia mista ou sociedades anônimas, “assim como os governos, em todas as suas instâncias, que também precisam desse profissional”.

O presidente da Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas (Fenacon), Valdir Pietrobon, afirmou que falar hoje de Contabilidade está fácil, porque é o instrumento de gestão do momento, mas fazer Contabilidade está mais difícil, em razão das inúmeras obrigações acessórias, principalmente do Sped que está tirando o sono de muitos contabilistas. “Precisamos mostrar aos clientes que da Contabilidade também sai os impostos, mas o principal objetivo é a gestão das empresas”.

“Hoje somos a quinta profissão mais demandada do mundo e acredito que em mais algumas décadas seremos a primeira”, pontuou Juarez Domingues Carneiro, que comandará o CFC juntamente com a seguinte diretoria: vice-presidente de Desenvolvimento Profissional e Institucional, Maria Clara Cavalcante Bugarim (AL); vice-presidente Administrativo, Luiz Henrique de Souza (MS); vice-presidente de Fiscalização, Ética e Disciplina, Sergio Prado de Mello (SP); vice-presidente de Registro, Antonio Miguel Fernandes (RJ); vice-presidente Técnica, Verônica Souto Maior (PE); vice-presidente de Controle Interno, Luciene Florêncio Viana (AM); vice-presidente de Desenvolvimento Operacional, Enory Luiz Spinelli (RS); e o representante dos Técnicos em Contabilidade, José Augusto Costa Sobrinho (SE).

Também participaram da cerimônia, entre várias lideranças da classe contábil de todo o País, os presidentes da Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas de Portugal, Antonio Domingues de Azevedo; da Academia Brasileira de Ciências Contábeis (Abracicon), Maria Clara Cavalcante Bugarim; da Fundação Brasileira de Contabilidade, José Martonio Alves Coelho Neto; da Confederação Nacional das Profissões Liberais (CNPL), Francisco Antonio Feijó. 

Fonte: Portal Fator Brasil

Esta matéria é uma contribuição do discente Werley Novais, componente do Grupo de Pesquisas e Estudos Contábeis - Graciliano Ramos

sexta-feira, 23 de março de 2012

Apagão da mão de obra no mercado contábil


por Valquiria Coelho (*)
O bom momento da economia brasileira, as constantes mudanças na legislação fiscal e tributária do País e a globalização dos mercados vêm causando um apagão de mão de obra nas áreas de finanças, contábeis e de tecnologia especializada. Além disso, empresas contábeis e software houses do segmento ainda enfrentam a falta de qualificação dos profissionais para atender as necessidades do mercado.

A escassez de profissionais qualificados, que vem preocupando vários setores no Brasil, chegou à área contábil e fiscal. A procura por mão de obra especializada é resultado direto do aquecimento da economia brasileira, e das necessidades de mais especialização em virtude do detalhamento das obrigações digitais, Notas Ficais Eletrônicas, Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) etc.

Atrair essa mão de obra tem custado muito caro para as empresas, e a área fiscal das empresas contábeis também está passando por profundas mudanças. O papel de conferentes ou digitadores, que exigia pouca ou quase nenhuma especialização, passou a demandar mais conhecimento tributário e contábil.

No mês de maio do ano passado, o Conselho Federal de Contabilidade publicou o resultado da primeira edição de 2011 do Exame de Suficiência para bacharéis e técnicos de contabilidade. O exame, que continha questões de contabilidade geral, custos, gerencial, setor público e controladoria, além de outras áreas correlacionadas, não foi considerado difícil por especialistas.

Apesar disso, o índice de aprovação foi de apenas 30,83% para bacharel em ciências contábeis e 24,93% para técnico em contabilidade, considerado insatisfatório para as necessidades de mercado, porém realista para o nível em geral do ensino das escolas e faculdades de contabilidade (na última edição do Exame de Suficiência anterior à sua reaplicação, realizado em 2004, o índice de aprovação foi de 72,47% para bacharel em ciências contábeis. Ainda houve casos de Estados que tiveram índice de 100% de reprovação para técnicos de contabilidade).

Os números revelam a baixa qualidade da formação dos estudantes de contabilidade, realidade que não deveria surpreender recrutadores de RH e empresários contábeis, acostumados com a dificuldade de contratar profissionais habilitados. O mercado atual tem uma demanda por profissionais com habilidades e formação além do que as instituições têm proporcionado, podendo culminar num apagão de mão de obra qualificada para o mercado contábil em pouco tempo.

O tema é tão importante que em iniciativa inédita do SESCON-SP, empresários contábeis da região de Bauru se mobilizaram para discutir especificamente o tema: “Falta de mão de obra qualificada e as alternativas para diminuir esse impacto”.

Para reverter este quadro são necessárias diversas medidas: mais investimentos em projetos de educação a distância (EaD); maior fiscalização do Ministério da Educação em relação ao ensino das Ciências Contábeis; as faculdades necessitam urgentemente rever seus métodos de ensino e corpos docentes; e as empresas, por sua vez, precisam treinar e reciclar milhares de profissionais de suas equipes e clientes, a fim de multiplicar rapidamente o conhecimento, sempre aliando teoria à prática.

(*) Valquiria Coelho é diretora da Universidade Prosoft.


Esta matéria é uma contribuição do discente Werley Novais, componente do Grupo de Pesquisas e Estudos Contábeis - Graciliano Ramos

sexta-feira, 16 de março de 2012

Receita deve intimar 500 empresas em São Paulo por suspeita de fraude


Cerca de 500 empresas no Estado de São Paulo deverão ser notificadas esta semana pela Receita Federal em três operações fiscais para o combate a fraudes tributárias. As fiscalizações têm como alvo empresas que teriam pedido restituição ou usado créditos inexistentes, e também 50 instituições que estão usando indevidamente condições de entidades isentas ou imunes.

Segundo a Receita Federal, em uma das operações foram detectadas 127 empresas que pediram R$ 142,6 milhões em restituições com indícios de irregularidades. As empresas serão intimadas a prestar informações à Receita. As notificações a essas empresas representam, na verdade, a segunda etapa de uma fiscalização iniciada no ano passado.

A primeira fase da operação, que gerou notificações emitidas em outubro do ano passado, analisou pedidos com indícios de irregularidade relacionados a créditos do Programa de Integração social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins). A fiscalização deu origem a cobranças de R$ 1,3 bilhão. A Receita ainda não tem o levantamento de qual parcela do valor autuado foi pago. Como os valores referem-se a débitos já declarados, as autuações não devem gerar discussões administrativas. As cobranças devem integrar automaticamente a dívida ativa da União.

Na segunda operação, outras 330 empresas também receberão notificações esta semana. A Receita tem indícios de que elas deixaram de recolher R$ 616,8 milhões em tributos, ao declararem indevidamente que a exigência dos pagamentos estava suspensa por ações judiciais. Fábio Ejchel, superintendente-adjunto da Receita em São Paulo, explica que essa fiscalização não tratará dos casos em que há divergência sobre o alcance das ações judiciais ou das normas ou leis discutidas nos processos.

O alvo da fiscalização, diz o superintendente, são as tentativas de fraude. Foram selecionados casos em que as ações judiciais tratam de assuntos diversos do declarado pela empresa ou até mesmo situações em que os processos judiciais nem mesmo existem. Nos casos de fraude, a multa cobrada pela Receita é de 150%.

Na terceira operação, serão fiscalizadas 50 entidades que não recolhem tributos, porque declaram ser isentas ou ter imunidade. Segundo Ejchel são principalmente fundações, associações, organizações não governamentais, entidades religiosas ou beneficentes.

"Os indícios apontam para casos de uso das instituições para lavagem de dinheiro ou para camuflar a movimentação de empresas com natureza comercial", diz o superintendente da Receita. Segundo ele, não há estimativas do valor a ser arrecadado nessa operação, mas algumas entidades apresentaram movimentação financeira que chega a R$ 400 milhões ao ano.

Valor Econômico, via Jornal Contábil

Fonte: http://www.jornalcontabil.com.br/v2/Contabilidade-News/592.html?print

Esta matéria é uma contribuição do discente Rodrigo Neves, componente do Grupo de Pesquisas e Estudos Contábeis - Graciliano Ramos

terça-feira, 13 de março de 2012

TCU publica Acórdão ratificando a aplicação integral do Princípio da Competência


Por Joaquim Osório Liberalquino Ferreira
O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) considera uma conquista fundamental para a adoção do arcabouço científico da contabilidade aplicada no setor público o Acórdão do Tribunal de Contas da União (TCU) nº 158/2012, de 1º de fevereiro. A decisão do TCU expressa o entendimento do Tribunal a respeito da legalidade do Princípio da Competência e da inclusão do paradigma patrimonial, no reconhecimento dos fenômenos da área pública, incluindo o reconhecimento das receitas públicas, patrimonialmente. 

Essas alterações de paradigma implantadas por meio das NBC T SP foram recepcionadas e operacionalizadas pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN), através dos Manuais de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público, na sua quarta edição, com vigência para o exercício de 2012, mas pairavam questionamentos legais a respeito da sua legalidade. Com a decisão do Pleno do TCU, órgão de controle externo com competência não apenas em relação às normatizações e exigências legais para a União, mas, sobretudo, legitimado pela excelência técnica e contribuição à instrumentalização do controle social, da transparência e da efetividade do setor público.
 

"Essa decisão do TCU representa o reconhecimento de todos quantos defendem que a contabilidade seja um instrumento de controle, instrumentalização do controle social e da transparência como conquista e amadurecimento democrático do fortalecimento das instituições. Também é mister exaltar o trabalho conjunto realizado pelo CFC, pela STN, pelos TCEs, pelos TCMs e toda classe contábil", afirma a vice-presidente Técnica do CFC, Verônica Souto Maior.
 

De acordo com a vice-presidente, amadurecemos e aprendemos com a discussão e questionamentos que foram realizados, pois compete às instituições e aos profissionais refletirem sobre as mudanças impostas pelo papel que o País conquistou e a sociedade exige, afinal, a contabilidade é uma ciência social e aplicada, devendo refletir os valores e as formas como governo, empresas, países e outros agentes se relacionam num mundo em permanente mudança, só que cada vez mais veloz.
 
 
 
Destaques do Acórdão
Discutido na reunião da Câmara Técnica do CFC, no mês de fevereiro, o Acórdão nº 158/2012 do TCU traz, entre outras, a recomendação à Secretaria do Tesouro Nacional "que, em atenção ao disposto na Lei Complementar nº 131/2009 e Resolução CFC nº 1.133/2008, alterada pela Resolução nº 1.268/2009, inclua em notas explicativas informações relativas aos montantes da receita reconhecida e da receita arrecadada no exercício".
 

A vice-presidente Técnica do CFC destaca que o ministro Raimundo Carreiro, relator da matéria - trata-se de acompanhamento realizado pela Secretaria de Macroavaliação Governamental (Semag) sobre as alterações em procedimentos contábeis promovidas pela Secretaria do Tesouro Nacional -, afirma que "é de todo louvável e necessário o esforço empreendido pelo Poder Executivo e pelo Conselho Federal de Contabilidade no sentido de buscar a convergência dos procedimentos contábeis com padrões internacionais".
 

Nesse sentido, ainda segundo o relator, "o alinhamento das normas contábeis aplicadas ao setor público brasileiro às normas internacionais requer a implementação de uma contabilidade pública patrimonial, com a adoção do regime de competência para as receitas e para as despesas, com o objetivo de conferir maior transparência ao patrimônio público".
 

A Corte de Contas se manifestou com a competência que a Constituição e a legitimidade pelo trabalho que realiza lhe creditam, não nos é permitido ficar no débito, enquanto profissionais contábeis, de traduzir, na prática, a Contabilidadecom Ciência Social e Aplicada.
Fonte: CFC

Esta matéria é uma contribuição do discente Werley Novais, componente do Grupo de Pesquisas e Estudos Contábeis - Graciliano Ramos